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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Chapter 4 - Kiss Enchanted


Chapter 4 - Kiss Enchanted

Acordei não querendo acordar, estava tendo um ótimo sonho. Fiz minha higiene pessoal e desci até a sala de janta para tomar café. Chegando lá encontrei a G quase comendo um pão, ela não podia comer, não agora que eu pensei em fazermos um piquenique.
Tomei o pão da mão dela e a vi reclamar.
- Não vai comer, você prometeu ir hoje para um passeio. Vamos fazer um piquenique. - Ela pegou o pão da minha mão. - Que foi?
- Não, chega de piquenique, Neymar. - Lembrei da última vez que ela fez um.
- Tudo bem. Mas pelo menos vai passear comigo, não é? 
- Bou. - Ela falou com a boca cheia.
- Acabe de comer e faça o que tem que fazer. Vou sair, quando eu voltar quero você pronta. - Sorri.
- Vai para onde?
- Comprar uma coisa. Até mais. - Saí pela porta. Na verdade eu fui comprar algo pra Ge. Estava disposto a falar o que eu sentia por ela, espero que eu não leve um pé, vou ficar depressivo por uns dias.
Depois de ter comprado o presente da Ge, saí da loja e parei no mesmo instante. Havia um carro ali e eu conhecia bem o estilo desse carro, depois vi uma bandeirinha da Dinamarca. DROGA! Apressei meus passos, mas me bati com alguém mais alto que eu. Paul.
- Alteza?
- Shhhhh. Quanto tempo, Paul. - Ele sorriu.
- Seus pais estão aqui, lhe procurando.
- Eu sei. Vai contar para eles que me encontrou?
- Se eu te ajudei a fugir, acha que eu vou lhe entregar agora? Alteza, não sendo curioso, mas o que é isso em sua mão?
- Já falei para me chamar de Neymar. E é um presente.
- Um anel?
- Como você sabe que é um anel? - Perguntei de boca aberta.
- A caixinha pequena só pode ser um anel. Mas para quem?
- Uma... - Pigarreei - Amiga. - Ouvimos alguém saindo de alguma loja.
- É melhor ir, Alteza. São seus pais.
- É Neymar. E eu vou sim, até mais. - Corri dali e me escondi o mais rápido possível. Nunca pensei que eles estariam tão perto de mim.
Cheguei na biblioteca sem ar. Tentei me ajeitar e fui para o segundo andar, onde vi a Ge.
- Pronta? – Perguntei, a assustando.
- Que susto, Neymar. - Eu ri.
- Desculpa. - Estendi a mão depois de me desculpar. Ela olhou para minha mão alguns segundos e depois a pegou.
- Você não deveria abusar da inocência das pessoas, principalmente quando ela estiver bêbada de sono.
- Não sou bondoso, sou abusado mesmo. - Íamos descendo as escadas ainda de mãos dadas.
- Ora, ora, ora os pombinhos. - Ouvi a Ju falar.
- Ju, olha esse aqui. - Ouvimos uma voz e olhamos para trás, era Guilherme . Droga, as coisas estavam péssimas. Puxei a Ge e corri escada abaixo, deixando a Ju sem entender nada. Quando saímos da biblioteca, pude respirar fundo.
- Hoje... o dia começou... turbulento. - Falei eufórico.
- O que foi aquilo? Por que se escondeu do seu melhor amigo?
- Ele não sabe que estou aqui, Ge. Nenhum dos meninos sabem, e não podem saber. - Finalmente comecei a dar passos em direção ao Green Park.
- Por quê? Falando nisso, você também não me contou por que está fugindo dos seus pais.
- A história é longa. E parte dela você não deve saber.
- Eles devem estar preocupados. - Parei imediatamente.
- Eu sei. Mas eu precisava fazer isso, aquele clima estava me estressando e vamos parar de falar sobre isso, por favor.
- Isso te machuca, não é? - Eu ri.
- Por um lado, Ge.
Ficamos um tempo em silêncio até o climão ir embora.
- O que tem na mochila?
- Livros. Gosta de Percy Jackson?
- Gosto. - Sorri.
- Vamos fazer uma competição de leitura então. - Tínhamos chegado ao park, já que era bem perto da biblioteca. Ela correu e entrou, eu fiz o mesmo depois.
Passou-se mais ou menos duas horas, já tínhamos lido o livro de Percy Jackson e a maldição do titã. E Ge agora me fazia um monte de perguntas, para ver se eu sabia.
- Sério? Você é muito ruim para lembrar o que acabou de ler. - Ge estava deitada de barriga para cima, enquanto eu ficava na frente dela de barriga para baixo apoiado nos meus cotovelos.
- Como é que você quer que eu lembre a profecia desse livro?
- Eu sei, ok? É assim "A oeste, cinco buscarão a deusa acorrentada; Um se perderá na terra ressecada; A desgraça do Olimpo aponta a trilha; Campistas e Caçadoras, cada um, brilha; A maldição do titã um deve sustentar; E, pela mão do pai, um irá expirar" - Ela disse como se fosse o próprio oráculo.
- Eu não sou bom em decorar, ok?
- Você é um péssimo fã. - Ela riu. - Outra agora essa é muito fácil. O nome do pegasus de Percy?
- BlackJack... - Falei desanimado, lembrando dos meus dois cavalos o qual eu coloquei o nome.
- O que foi? - Ela me olhou ainda deitada.
- Eu tenho dois cavalos, um se chama Black Jack e outro Pegasus.
- Você tem cavalos? - Ela parou. - Você é algum tipo de príncipe? - Ela gargalhou, me fazendo suspirar e pensar "Infelizmente sou mesmo." - Foi divertido. - Ela finalmente parou e disse.
- O que?
- Hoje, faz tempo que não me divirto assim. - Eu sorri.
- Eu também. Mas no meu caso é você que me faz sorrir. - A olhei, ela corou fechando os olhos. Eu analisei seu rosto inteiro, e percebi que já estava na hora de dizer tudo a ela.
Beijei sua testa demoradamente.
Geanne
Senti algo quente em minha testa, enquanto estava de olhos fechado. Pude perceber que ele me dava um carinhoso beijo na minha testa. Mas logo depois veio o próximo ato que nunca imaginaria, mas senti um sentimento único.
O toque dos seus lábios quentes nos meus fez meu coração relaxar as batidas fortes que ele sempre dava quando Neymar estava próximo a mim. Meu coração ficou calmo, como se estivesse satisfeito com aquele toque, como se para ele se sentir tranquilo, ele precisava sempre daquele toque, pelo menos por enquanto. E eu sabia o que exatamente era isso. Amor.
Um sentimento indescritível, que apenas se sente.
"O Amor que ainda não se definiu é como uma melodia do deserto incerto: Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugidio de uma música ao longe." - Érico Veríssimo.
A minha vida estava bagunçada, meio sem graça, mas aí ele veio e começou a trazer cor ao meu sorriso, pintou os meus sonhos e agora já não me vejo mais perdida, e sozinha, porque no meio dessa bagunça eu o encontrei. O Prince Charming da chapeuzinho, o meu Prince Charming. Posso estar sendo equivocada demais, mas o que posso fazer se é isso que eu estou sentindo? Que eu o encontrei. É, apenas com um beijo eu soube que era ele.
Ele separou seus lábios dos meus e eu finalmente abri os olhos. Nada foi dito. Me levantei, apenas ficando sentada na grama, e me virei para o olhar. O vento batia de leve no meu cabelo, fazendo as pontas voarem ao meu rosto. Ele se aproximou, colocando o meu cabelo atrás da minha orelha e num ato impulsivo aproximei mais dele e o beijei, colocando minha mão na sua face. Joguei meu corpo todo para cima do dele, o fazendo deitar comigo na grama macia. E eu não me contentei em um encostar de lábios, invadi a parede da sua boca com minha língua e logo encontrei a dele. Como eu podia dizer que estava meu coração? Calmo mais uma vez.
Nós no separamos e nos olhamos. Sorrimos. Saí de cima dele e sentei ao seu lado, ele se levantou e me encarou.
- Eu te amo. - Eu o olhei falando.
- Esse seu jeito de mostrar foi inimaginável. - Eu sorri.
- Foi o melhor que eu encontrei.
- Eu também amo você. Você se tornou tão especial para mim, em pouco tempo. - Eu o abracei, sendo correspondida.
- Sem perceber, meu coração escolheu você, Ge. Eu antes fiquei em dúvida se deveria contar para você ou não, porque eu sou de outro país, certo? Mas se eu voltasse sem falar isso pra você eu me arrependeria amargamente. Porque passaria o tempo todo te amando e pensando que eu não era correspondido. - Ele se afastou um pouco de mim e colou sua testa na minha.
- Não importa se você um dia vai embora, ninguém sabe do futuro, Neymar. - Eu vi ele sorrindo.
- A única coisa que eu sei é que você vai ser minha um dia.
- Ainda não sou? - Sorri.
- Não, até nos casarmos. - Nós rimos. - E eu não estou apressando as coisas, ok? Só estou falando do futuro. - Vi ele mudar de feição.
- O que foi?
- Talvez meu futuro seja grandioso até demais. Não sei se você ficaria comigo.
- Do que está falando? É claro que eu ficaria com você, não importa como. - Eu me aninhei em seus braços e senti ele beijando o topo da minha cabeça.
- Ge, se você ficar comigo você ganha duas coisas. - Ele falou misterioso.
- Duas coisas?
- Isso! - Ele tirou uma caixinha do bolso e abriu. Era um anel que continha dois corações, sendo que um que tinha uma pedra de esmeralda.
- UAU! É de verdade? – Perguntei, olhando pra ele depois rindo.
- Sério que você está me perguntando isso? É claro que é de verdade. - Ele pegou o anel e colocou em meu dedo. Eu fiquei com os olhos brilhando.
- Qual é a outra coisa? - perguntei.
- Obstáculos. Nós vamos ter que passar por muitos obstáculos. E quando eu digo obstáculo é barra pesada, ok?
- Você é algum tipo de traficante? - Vi ele revirar os olhos.
- Engraçadinha. Eu to falando sério, Ge.
- E quais são esses obstáculos?
- Não posso te dizer. - Ele falou, hesitando.
- Tudo bem, se for aquele negocio relacionado aos seus pais eu vou parar de falar. Percebi que você não gosta.
- Então. Aceita essas duas condições sem mesmo saber qual é a outra?
- Só se você pedir formalmente. - Ele riu.
- Gostaria de namorar comigo? - Eu fiquei sem reação. Não que eu não esperava por aquilo, mas foi tão bonito. Tão verdadeiro. - Se você não quiser, diz logo.
- Ah, desculpa. Eu viajei, e sim. Eu aceito namorar com você. - Sorri e o abracei, dando um beijo da bochecha dele.
- Te amo. - Ouvi ele sussurrar perto da minha orelha.
- Eu te amo. - respondi.

Neymar
Eu estava feliz demais. Seria estranho para um casal dizer eu te amo logo, mas eu sou diferente, não tenho nada de normal, sou um príncipe. Um príncipe idiota que mal consegue segurar uma garota bonita e legal por muito tempo, porque meu legado de segundo sucessor do trono real faz uma garota sem ambição se assustar. E com a Ge não vai ser diferente, nem imagino como vai ser quando eu contar a ela.
Nunca estive tão certo no amor. Ge nasceu definitivamente para mim.
Estávamos dando um passeio fora do Park, quando eu vi um carro mais que conhecido. Droga, meus pais estão mesmo me procurando de lugar em lugar sem provocar tumulto. Fiquei logo nervoso.
- Temos que ir, Ge. Aumente os passos. - Vi ela me olhar sem entender e assustada.
- O que foi? Tem alguém nos seguindo?
- Quase isso. Vamos. - Corri de mão dadas com ela.
- Chega, estou cansada. Não aguento mais correr.
- Desculpe. - Encostei minhas costas no muro.
- Ultimamente você só tem corrido. O que está acontecendo?
- Meus pais, Ge. Eles estão em Londres.
- Eles são tão ruins assim para você fugir?
- Não. De jeito nenhum. - Eu ri. - Eles são perfeitos, fazem um bom papel de Pai e Mãe. Só fugi porque estava atrás de alguma aventura, sem eles ou minha irmã.
- Aventureiro. - Ela riu. - Vamos voltar pra biblioteca, amanhã eu tenho faculdade.
- Ah não. – Resmunguei, a abraçando.
- Vamos, preguiçoso.
- Não sou preguiçoso, só queria passar um tempo com você.
- Já passou tempo suficiente, até me pediu em namoro. - Eu ri do que ela disse. E assim fomos para nossa 'casa'.
- Olá gente. Por que sumiram tão rápido daquela vez? - Ju perguntou logo que entramos na biblioteca.
- Guilherme não pode saber que estou aqui. - falei.
- Bom, eu falei que você estava. - Ju falou, meio assustada. - Mas ele deve ter entendido que você não queria que ninguém soubesse. - De repente vi o olhar de Ju descer para minha mão e a da Ge, que estavam entrelaçadas. - Perdi alguma coisa aqui? Aonde foi que achou esse anel, Ge? - Ela falou.
- Primeiro, esse anel não foi achado, ok? Muito respeito com ele. - Ge me olhou e sorriu. - Segundo, eu ganhei ele. Terceiro, sim você perdeu muita coisa. Eu e o Neymar estamos namorando.
- O QUE? SÉRIO? OMG! OMG! - Eu pigarreei.
- É melhor eu sair daqui por um momento, coisas de meninas não é comigo. - Dei um beijo na testa da Ge e apertei o nariz da Ju e fui embora.
- Cabeção, não toque mais no meu nariz. - Eu ri.
Dois dias se passaram e eu e a Ge estávamos super bem. Louis apareceu um dia aqui na biblioteca e eu falei com ele, explicando as coisas e ele prometeu que não ia falar para ninguém, nem para os meninos. Desde então agora eu sempre me encontrava com o Louis.
Estávamos na TV da sala quando paralisamos com uma noticia que eu nunca imaginaria que meus pais chegassem a tal ponto.
O Rei e a Rainha da Dinamarca estão de passagem pela cidade com seu filho mais novo, o Príncipe Neymar da Silva Santos. A filha mais nova e em breve a futura Rainha do país não pode visitar Londres por motivos de responsabilidade, já que ela será a próxima a subir ao trono. - Ouvi a repórter falar. - Hoje o Rei e a Rainha vão fazer uma entrevista exclusiva para o jornal da cidade. E até agora o cobiçado Príncipe Neymar da Silva Santos não foi visto recentemente por paparazzis. Acho que esse daí está querendo paz e tranquilidade longe dos flashes...- Da onde foi que você veio de passagem com seus pais?
- Você não entendeu, Guilherme . Meus pais querem me achar sem muito tumulto. – Suspirei, desligando a TV. - Se nada der certo, suponho que eles vão ser obrigados a falar para a imprensa que eu estou aqui sem permissão.
- E você é menor de idade ainda. Pelo menos aqui.
- E eu vou me ferrar. Mas eu já estou aqui, não tem como voltar atrás.
- Neymar, isso vai dar muita confusão.
- Eu sei. Mas a única coisa que me importa agora, é como falar pra Ge.
- Por que não diz logo?
- Porque eu tenho medo. Sei como ela vai reagir. E você, Louis? Já falou com a Ju que você gosta dela? - Eu ri, mudando de assunto.
- Ainda não. Não tenho oportunidade, ela fala demais. - Soltei uma gargalhada. - Vamos sair um pouco daqui?
- Vamos. - Me levantei do sofá, indo em direção à porta da biblioteca.
Caminhávamos pela calçada do Green Park enquanto conversávamos coisas fúteis. Até agora ninguém tinha me reconhecido, até porque eu fiz questão de colocar roupas normais, um boné e óculos escuros.
- Dude, lembrei agora que falta visitar vários lugares em Londres. Acho que vou chamar a Ge para ir comigo, já que ela mora aqui.
- Você quer é namorar. - Guilherme falou, revirando os olhos.
- Também. – Ri, concordando. Estávamos conversando e rindo à toa, quando eu percebo uma certa pessoa parecida com Rafaella. Mas logo desapareceu.
- O que foi, Neymar?
- Eu tive a impressão de ter visto a Rafa. Mas acho que é meio impossível, já que ela não pode sair do país. Só posso estar vendo coisas.
- Eu hein. - Guilherme franziu a testa e me encarou.
Logo anoiteceu e eu e a Ge estávamos no quarto dela.
- Neymar? - Ouvi ela me chamar. Estava deitado na cama e ela em cima do meu peito.
- Oi?
- Você nunca me falou muito sobre sua família. Eu sei que você não gosta, mas eu falei tudo sobre mim e mal te conheço, sei lá.
- Mal me conhece?
- Modo de dizer, Neymar. E não conta em saber que você tem pais e irmãs, e suas coisas do passado. Eu sinto que tem algo que te incomoda em me falar.
- Eu vim de uma família rica, Ge. Nobre.
- Nobre? - Eu afirmei com a cabeça. - Sua família tem algum título? - Fiquei em silêncio, nervoso mais do que o normal. - Ta bem, não vou mais perguntar sobre sua família. Pelo menos já é um bom começo. - Ela sorriu.
- Eu tenho tanto medo de te perder. – falei, a abraçando forte.
- Perder? Impossível. - Ela mordeu minha bochecha.
- Se você tiver razões para me abandonar?
- Mesmo que eu tivesse mil razões para te abandonar, eu iria procurar por aquela única razão que iria me fazer lutar por você. - Ela sorriu.
- É tão difícil descrever tudo o que sinto por você, são sentimentos tão fortes, verdadeiros. Te amo de uma forma inexplicável, eu nunca amei ninguém dessa forma, e tenho certeza que nunca vou sentir isso por nenhuma outra pessoa. – Falei, ficando da altura dela e a beijando.
Eu a aconcheguei mais em meus braços e afastei meus lábios do dela, ouvindo logo um resmungo da parte dela. Eu sorri, lhe dando um selinho. Ficamos nos encarando por um tempo, olho no olho. Aqueles olhos cor de mel que me deixavam zonzo, mas era a visão mais linda que eu já tive.
- Eu te amo. - Ela falou.
- Eu te amo muito mais. – Falei, mordendo seu lábio.
- Vou fingir que não ouvi essas duas últimas palavras. - Eu a beijei novamente, fazendo-a calar. Ela logo saiu do meu lado e ficou em cima de mim. Segurei em sua cintura, enquanto ainda não desgrudávamos nossas bocas. Fiz a audácia de explorar suas pernas com minha mão, mas ela nem sequer se importou com isso. Depois de minutos nos beijando, nos separamos eufóricos.
- Precisamos fazer isso mais vezes. - Eu falei e ri.
- Pode apostar. Mas, antes que a Sra. Lerman venha e nos pegue aqui, você vai cair fora agora, amor. - Ela se levantou, se arrumando, e ia me levantar quando eu ouvi ela me chamar de amor, sorri pra mim mesmo.
- Fala de novo?
- O que? - Ela fez uma cara de interrogação. - Ah, amooooooooor! - Ela veio em minha direção e me abraçou. Sorrimos.
- Ge, como se fala " I want a Kiss" em português?
- Eu quero um beijo. - Ela falou e eu a beijei. Ela riu e se soltou. - Que safado, muito espertinho você, não é? Agora sai daqui. - Ela falou, me puxando e me levando até a porta.
- Quero ficar aqui a noite toda. Vamos fazer uma party no seu quarto Ge, se é que me entende. - Eu falei, levantando a sobrancelha pra ela, já na porta.
- Vai pro seu quarto, pervertido. - Ela riu.
- Só se antes você me der um beijo.
- Não acabou de ganhar?
- Quero outro. - Ela me deu um selinho, mas eu a agarrei e logo estávamos nos agarrando entre a porta.
- Chega, Neymar. - Ela se soltou. - Vai logo.
- Até amanhã, linda. - Eu falei, indo em direção ao meu quarto.
Geanne
Acordei, dando de cara com a minha rosa no vaso, ela me parecia meio estranha hoje. Me levantei e fui olhar pra ela.
- O que está acontecendo, rosinha? Não morre agora, ok? - Beijei a pétala dela. Desci para tomar café e vi a Dani lá.
- Dani?
- Ge! Quanto tempo. Já soube da novidade, ok? Como você está? - Ela se levantou, me abraçando.
- Tava com saudades também e eu estou ótima, e você?
- Quero que me apresente seus amigos.
- Direta você.
- O Neymar já acordou?
- Sim. Ele saiu logo cedo não sei pra onde. Por quê?
- Quero falar com ele só.
- Já estão virando chiclete? - As duas riram. E eu dei dedo pra Ju.
- Cala a boca. - Tomei meu café da manhã e fui para a central da biblioteca, para meu canto que eu adorava. Hora de ler a Cinderela.
Depois de algumas horas lendo o livro, ouvi alguém sussurrar em meu ouvido com aquele sotaque dinamarquês.
- Geanne... - Fechei os olhos, me arrepiando com a voz sexy do Neymar atrás de mim.
- Se não fosse pela sua voz inconfundível eu tomaria um susto. – Falei, sentindo ele me abraçar e beijar meu pescoço.
- A Ju disse que queria falar comigo.
- Ah sim, nossa rosa vermelha está morrendo.
- Nossa? Agora é de nós dois?
- Desde que você disse que me amava, sim. Somos um agora, não é? - Eu falei, vendo plantar um sorrisão no seu rosto.
- Mas o que aconteceu com ela?
- Não sei. Vamos ver. - Coloquei o livro de volta e puxei ele pela mão, o fazendo me acompanhar. Chegando no meu quarto, me aproximei, olhando a rosa.
- Ela está estranha... - Vi ele tocar em suas pétalas.
- Pensei que uma rosa não sobreviveria tantos dias. - Ele franziu a testa.
- Nem eu.
- Você gosta dela, não é? - ele me perguntou.
- Eu não quero que ela morra, Neymar. O tiozinho me deu ela e quando eu perdi, você a trouxe de volta a mim. E foi como eu te conheci. - O olhei, fazendo bico. Ele me deu um selinho.
- Ela não vai morrer, prometo. Deixa ela pegar um solzinho, certo? - Concordei e logo pus ela na janela onde tinha sol. - Agora vou tomar um banho, depois a gente se vê, linda. - Ele me beijou, e depois se retirou do quarto. Vi ele voltar novamente. - Esqueci de dizer que te amo hoje. Te amo. - Eu ri.
- Também, meu amor.
Neymar
Tirei a camisa e minha calça logo para tomar um banho gostoso. Quando percebi que meu celular dava sinal de uma nova mensagem. Procurei nos bolsos da calça e finalmente eu o achei. Quando eu li, meu chão desapareceu. Os meus dias aqui estavam contados, disso eu já sabia. Mas não sabia que estava em uma enrascada.
" Neymar, meu filho, eu não queria fazer isso, mas parece que você não me dá escolha. Você não sabe a gravidade dos fatos, toda a Dinamarca já sabe que você fugiu para fazer suas irresponsabilidades longe de lá. Mesmo que seja meu filho, eu terei que tomar decisões drásticas. Se algum dos nossos inimigos ou até mesmo bandidos souberem onde você está, não sei o que pode acontecer. Então você tem duas opções: Aparecer e voltar para o nosso palácio com a gente ou serás banido da Dinamarca e deserdado. Seu pai."
Joguei meu celular na parede, fazendo-o quebrar. Fui para o chuveiro tentar me tranquilizar um pouco. Eles estão brincando, só pode, isso só pode ser brincadeira. Eu não posso aceitar isso!
Dei um soco na parede. Eles estão me fazendo escolher entre a Geanne e a Dinamarca... Eu não posso deixar a Ge, mas eu também amo a Dinamarca. Droga de sangue real que corre em minhas veias! Eles sabiam que eu ia escolher a Dinamarca, lá foi onde eu cresci. Por mais que eu sempre quis fugir de lá, lá é onde parte do meu coração está.
Como vou contar pra Ge? Suspirei fundo. Como um príncipe, acho que sei o que fazer. Por que diabos meu coração foi se dividir em dois? E estarem tão longe um do outro? Dinamarca e Geanne, espero que um dia eu possa juntar vocês
Uma data tão especial, 05/02/1992, dia em 

que nasceu um Anjo,

 que mais tarde se tornou um Ídolo, nasceu 

Neymar da Silva Santos Júnior,

 nosso Eterno Júniinho, e hoje ele completa 

#21 Aninhos. Já não é um Garotinho,

 hoje ele tem responsabilidades, já é um 

homem, Papai (Davi Lucca) e um exemplo de 

vida.

 Eu, assim como muitas Neymarzetes ainda 

não tivemos a oportunidade de conhece-lo,


 mais não desisto do meu sonho, e sei que 

elas também não vão desistir. 


EU TE AMO NEYMAR JUNIOR 


#21AnosMlkOusado #Parabens

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Chapter 3 - Red Jacket


Chapter 3 - Red Jacket

Eu fiquei paralisada com o lobo que eu via na minha frente. Como pode existir um lobo nesse Park? Ao meu lado, Ju já estava tremendo. Colocamos um pé pra trás tentando nos afastar, mas a cada vez que nos afastávamos ele se aproximava. Olhamos uma para outra e percebi que ela pensou a mesma coisa. Se ficássemos iríamos morrer, se corrêssemos talvez teríamos chance. Esperança.
Apertamos o pé e nos viramos, dando impulso a nossas pernas para correr. Mas pra frente havia dois caminhos, a Ju foi para um, mas a idiota aqui resolveu ir para o outro. E acredite, o lobo não quis saber da Ju, ele estava atrás de mim, porque ele escolheu o caminho em que eu estava. No meu caminho era a saída, já dava pra vê-la. Estava nervosa, eufórica e com medo, muito medo. Não conseguia pensar em nada a não ser correr. O lobo corria atrás de mim rosnando. Ai cara, eu não podia morrer logo hoje. Péssima hora para reclamar, a coisa piorou de vez quando eu fiz o favor de escorregar na lama e cair no chão. Uma dor insuportável eu senti no meu pé. Me sentei na lama, tentando levantar, algo que eu não conseguia devido à dor. Talvez eu tivesse torcido meu pé. O lobo se aproximava devagar ainda rosnando para mim, eu tentei me afastar me arrastando na lama, mas isso era impossível. Se não fosse pela temperatura não saberia que estava chorando, sim, eu estava chorando e já imaginando a hora que esse lobo ia pular em cima de mim e me rasgar com os dentes. Vi ele chegando mais perto, e em forma impulsiva de defesa me encolhi, colocando os braços sobre meu rosto esperando o ataque, coisa que não aconteceu. Ouvi alguém gritando meu nome e logo o lobo tirou a sua atenção de mim, esse alguém veio correndo com um pedaço de madeira na mão, tentando afugentar o lobo. Só foi o tempo dele o golpear no focinho que o lobo partiu correndo chorando.
Eu o via correr, mas estava em estado de choque. Apenas quando duas mãos frias me tocaram que eu pude voltar à realidade. A minha primeira reação foi chorar e o abraçar forte. Agora de perto e pelos seus olhos Verdes intensos e insubstituíveis, pude reconhecer que era o Neymar e mais atrás de mim vinha o Gustavo.
Depois pude ouvir o grito da Ju.
Geanne! OH MEU DEUS! VOCÊ ESTÁ BEM? TEMOS QUE LEVÁ-LA A UM HOSPITAL! COMO EU FIQUEI PREOCUPADA COM VOCÊ, QUANDO VI QUE O LOBO NÃO ESTAVA ATRÁS DE MIM, EU ME DESESPEREI. SE VOCÊ MORRESSE EU FICARIA CULPADA PELO RESTO DA MINHA VIDA, PORQUE EU PREFERIA MORRER NO SEU LUGAR. - Ela falava desesperada e logo me abraçou, empurrando o Neymar.
- Desculpa, e-eu est-estou bem agora. - Eu tentei falar quase saindo falha a voz.
- É melhor sairmos daqui antes que ele volte. - Gustavo falou. Eu tentei me levantar, mas foi em vão, voltei ao chão em menos de segundos.
Ge, não consegue ficar de pé? - Neymar me perguntou.
- Eu acho que machuquei meu pé. 
- Vem! - Ele me ajudou a levantar e me pegou no braço.
- Vamos! – falou Gustavo. Saímos finalmente do Park e paramos do lado de fora. Havia um carro ali.
- Vamos te levar ao hospital. - Neymar.
- NÃO... Eu estou bem, eu não quebrei meu pé. Só deve está torcido.
- Mas e se for algo mais grave? - Ju perguntou.
- Esta tudo bem, confie em mim.
- Ok. - Ela falou.
- Vou te levar pra casa.
- NÃO! - eu e a Ju falamos juntas. 
- Não podemos ir, a Sr Lerman vai nos matar e vai querer saber o que aconteceu. E... - Interrompi a Ju falar.
- Só nos dê um tempo. Precisamos por as coisas no lugar.
- Então, acho melhor nós levarmos elas para a casa do Gilmar.
- Boa...
- Onde fica a casa do Gilmar? E quem é esse Gilmar? Gente, vocês não podem nos levar pra lá, nem conhecemos o dono. - Ju falava.
- Não é por nada não, mas decidam-se. Eu estou carregando a Ge. - Neymar falou.
- Me chamou de gorda? - Eu perguntei, o olhando.
- Não, mas isso não quer dizer que você não pesa, né. - Ele riu.
- Vai por mim, vocês vão ficar bem lá. Vamos de uma vez, Neymar. - Gustavo falou.
- Tudo bem. - Ju acabou concordando.
Estava na sacada da casa do Gilmar, ou melhor, na mansão do Gilmar. A primeira vez que vi essa casa eu me impressionei. Ela é muito grande, eles deviam ter dinheiro. Enfim, estava na sacada tentando organizar a minha mente. Um monte de perguntas perambulavam no meu cérebro, algumas como: O que aquele lobo estava fazendo ali? Por que ele correu para o meu lado? Não que eu queria que ele fosse para o da Ju, mas não entendo mesmo. Como que o Neymar apareceu do nada com o Louis? E como aquele lobo idiota fugiu apenas com uma batida no focinho? Eu estava louca tentando responder aquelas perguntas.
Quando chegamos aqui, estava começando a chover novamente, por isso ainda estou aqui. Liam é realmente um garoto educado e muito gentil, ele me acomodou na sua casa e ainda pediu para o médico da família me atender. De uma coisa eu tinha certeza, a família do Liam tinha muito dinheiro. Mas enfim, conheci também mais dois amigos do Neymar, o Guilherme e o Jota. Incrível como todos são amigos e lindos ao mesmo tempo.
Me encostei na parede, encostando minha cabeça no vidro, vendo a chuva cair do lado de fora, quando ouvi a porta do quarto do Neymar se abrir, é eu estava na sacada do quarto em que ele estava hospedado.
- Oi, posso entrar?
- Oi, claro. – Respondi, sorrindo. Ele abriu a porta. Neymar é muito educado, até para pedir permissão de entrar no quarto onde ele estava se acomodando. Se fosse eu teria aberto sem permissão.
- Como está se sentindo?
- Estou bem melhor.
- Eu trouxe isso pra você, vai te aquecer um pouco. - Ele me entregou uma caneca com algo dentro.
- Isso é chocolate quente? - Ele afirmou com a cabeça. Peguei a caneca da mão dele. - Obrigada. – Falei e logo depois tomei um gole. Fechei os olhos, sentindo o liquido quente passar pela minha garganta.
- Muito bom.
- Pelo menos isso eu sei fazer. - Ele riu.
- Você que fez pra mim?
- Sim.
- Ah que fofo, obrigada. - Eu o vi corar de leve.
- Ju mandou avisar que ligou para Sr. Lerman, a informando dos fatos que aconteceu. E bom, vendo que essa tempestade não vai parar, acho melhor dormirem aqui.
- Não querendo me acomodar, mas eu já previa isso. - Nós rimos.
- Mas Ge, eu ainda não entendi onde você estava com a cabeça em ir a noite em uma tempestade para um Park.
- Eu não fui à noite pra lá. Se eu soubesse que viria essa tempestade eu nem iria, sabe, para o nosso encontro.
- Eu pensei nisso quando começou a chover. Sabia que você não iria com um tempo desses.
- Mas então por que estava lá?
- Eu não sei. Um pressentimento talvez. Falei com o Louis e fomos primeiro na biblioteca saber se estava por lá, mas a Sr. Lerman disse que vocês tinham ido ao Hyde Park e não tinham voltado. Foi então que fui às pressas pro Park.
- Sabe, eu e a Ju estávamos lá desde a tarde. Estávamos fazendo um piquenique, porque a Ju insistiu tanto. Mas a gente acabou dormindo em uma árvore, e quando acordei já estava escuro e o vento ficando forte. Daí a gente se levantou e achamos melhor ir embora logo, antes que tudo piorasse, e tudo piorou quando estávamos indo em direção à saída e do nada um lobo apareceu. Entramos em desespero e corremos, na correria nos dividimos, mas o lobo escolheu logo o caminho que eu fui. Quando eu pensava que nada podia ficar pior eu escorreguei machucando meu pé, e bom, o resto você já sabe.
- Que estranho...
- Nem me fale. Estou ficando louca só de pensar porque isso aconteceu.
- Bom, isso já passou. Acho melhor esquecer um pouco e descansar, não acha? Você deve estar cansada.
- É, você está certo. Neymar...- Eu chamei-o pelo nome. - Tem certeza que não há problema em eu dormir aqui no seu quarto?
- Claro que não. Pode ficar à vontade, o que não falta aqui é quarto.
- Então por isso mesmo, eu podia estar em outro quarto.
- Esse é o melhor da casa. Portanto, quero que fique nesse. - Ele sorriu.
- Tudo bem. - Tomei o resto do chocolate quente e entreguei a caneca pra ele.
- Não tive tempo nem de te agradecer por ter salvo a minha vida. - Falei antes que ele saísse pela porta.
- Tudo bem, Ge. Não teria pensado duas vezes antes de te salvar. - Fiquei sem graça com suas palavras.
- Obrigada, mesmo assim. Boa noite. – Falei, deitando na cama.
- Boa noite, qualquer coisa estou logo ao lado. Tenha bons sonhos, Lady Geanne. - Ele riu e eu fiz uma cara estranha. Porque mesmo ele me chamou de Lady?
Apaguei as luzes e adormeci logo. Infelizmente meu momento de paz durou um pouco, até em sonhos o maldito lobo apareceu.
Acordei e senti meu corpo doer um pouco. Sentei-me na cama e fiquei parada por uns instantes. "Que noite louca" Pensei. Fiz minha higiene pessoal e desci para a sala, encontrando os meninos logo ali.
- Bom dia, Ge! - Eles falaram.
- Bom dia, gente. - Sentei com eles.
- Dormiu bem? - Perguntou Gilmar do meu lado.
- Só no final, custei a dormir sem ter pesadelos. Ah, e obrigada por nos deixar passar uma noite aqui.
- Não foi nada. - Ele sorriu.
- BOM DIA, PESSOAS LINDAS! - Ju já veio gritando com certa intimidade com os meninos.
- Ju, você não está na sua casa.
- Eu sei. Desculpa Gilmar, mas eu sou assim. Então me aceite, se não vou embora. - Não aguentei e soltei uma gargalhada, os meninos devem pensar que ela é louca.
- Cadê o Neymar? - Perguntei.
- Ainda não acordou, eu acho. - Guilherme falou.
- Mas que dorminhoco.
- Deixa o menino dormir, velho, ele te carregou. Agora ele tem que descansar. - Ju fez uma piadinha.
- HA HA HA Que engraçado. - Falei sem humor.
- Mas sério Ge, deixa ele dormir um pouco. Vocês só andam grudados agora.
- O que? Eu só vi ele duas vezes, como estou andando grudada nele? Exagerada.
- Na verdade... - Louis parou um pouco. - Eu acho que é mais da parte do Neymar ficar grudado na Ge. Que ele não ouça, mas ele só fala em você. - Fiquei vermelha e totalmente sem graça e pra piorar todos estavam olhando pra mim.
- Bom dia! - Ouvi alguém falar, descendo as escadas. Neymar. Fiquei um tomate, pior do que já estava. Todos riram, percebendo meu estado. - O que foi? Do que vocês estão rindo?
- Nada, Neymar. Nada. - Gustavo falou.
- Oi Ge. Como está se sentindo?
- E-Eu e-estou bem. – Falei, me embolando nas palavras. Ainda estava super sem graça.
- Está com febre? - Ele pôs a mão na minha testa.
- Não. Por quê?
- É que você está um pouco rosada. - Todos riram mais uma vez. Idiotas.
- Impressão sua, Neymar.
- Bom, vamos comer? Estou morrendo de fome. - Jota me tirou da cilada.
- Que novidade, não é? - Guilherme falou irônico. - Vamos logo.
Neymar
Estava feliz porque a Ge tinha dormindo aqui com a gente. Não sei o que é, mas fico mais feliz cada vez que me encontro com ela.
Todos tinham tomado seu café da manhã e demorado um pouco jogando video game, quando a Ge falou que elas tinham que ir. Não só eu, mas os meninos também não queriam que elas fossem, estava mais divertido do que o normal com elas. Fiz questão de levá-las até a biblioteca.
Chegando lá, Ju foi direto para dentro, nos deixando um pouco a sós.
- Obrigada mais uma vez. Fico te devendo uma ou duas. - Ela sorriu.
- Fica me devendo? Vou cobrar. Certo, Lady?
- Para de me chamar de Lady. - Ela me bateu de leve no ombro, rindo.
- Ge, você não fica me devendo nada, contanto que continue a me encontrar. Falando nisso, você ainda está me devendo o encontro de ontem, ok?
- Tudo bem. - Nos encaramos por um tempo.
- Bom, eu já vou entrar.
- Não me incomodo em ficar mais um tempo te encarando. - Ela ficou envergonhada.
- Tchau, Neymar. - Antes dela se virar e entrar, eu peguei em sua mão e lembrei da minha educação de príncipe. Levantei a mão dela até certo ponto, e me abaixei até alcançar a sua mão com meus lábios. Voltei a minha posição inicial olhando-a nos olhos. Nós sorrimos e foi aí que deixei a mão dela escorregar da minha e logo depois ela entrou na biblioteca. Fui embora de volta à casa do Gilmar.
Dias se passaram e eu nunca mais a tinha visto. Estava sentindo falta do olhar e de seu sorriso. Talvez ela esteja ocupada demais com a faculdade. Estava deitado na minha cama quando senti o meu celular vibrar. Era minha irmã.
- Neymar! Desculpe, e-eu não pude fazer mais nada a respeito. - Rafa falava do outro lado do celular. Levantei preocupado.
- O que houve?
- Papai e Mamãe descobriram que você fugiu de casa através das fitas das câmeras que eu por pouco tempo escondi. E sabem que você está em Londres. Eu pelo menos disse que o Gilmar não tinha nada a ver e que você realmente estava os primeiros dias na casa dele, mas de lá ele disse que ia viajar e você foi junto. - Ela falava desesperada.
- Calma, Rafa. Você fez o que pode, ok? E eu te agradeço por isso.
- Mas, Neymar. Eles estão indo aí para te buscar.
- O que?
- É, eles saíram agora.
- Tudo bem, eles não vão me levar de volta. Eles não vão me encontrar, não agora.
- Mas você está na casa dos Lima's, não é?
- Estou, mas até eles chegarem não vou estar mais. - Me levantei, arrumando minhas coisas.
- E para onde você vai?
- Para uma certa biblioteca. Não diga a ninguém. Tenho que desligar agora, Rafa. Fico te devendo uma, te amo. - Desliguei o celular e fiquei terminando de arrumar minhas malas.
Desci rapidamente a escadaria da mansão do Gilmar. Os meninos me observavam.
- Para onde vai tão rápido assim? E para que essas malas?
- Más noticias! Eu tenho que sair daqui o mais breve possível.
- Por quê? - Gustavo perguntou.
- Meus pais descobriram que estou aqui e eles estão vindo.
- Para onde você vai, Neymar? - Gilmar perguntou.
- Vocês não podem saber, não vou mais envolver vocês nisso. . Meus pais não vão voltar apenas com vocês, eles vão querer me achar primeiro. Então nenhum problema.
- Mas temos que saber onde você vai estar, Neymar. Nós vamos ficar preocupados.
- Eu já pensei em tudo, ok? Qualquer coisa eu faço contato.
- Mas eles não vão te rastrear?
- Não mesmo. - Sorri. - Já pensei em tudo. Bom, até mais pessoal. Se cuidem.
- Se cuide você, já que nem sabemos para onde tu vai. – disse Jota. Acenei e abri a porta, saindo dali.
Eu não vou voltar para Dinamarca até eu conseguir meu objetivo. Me diverti, mas acho que essa diversão virou algo mais, estou apaixonado.
Estava em frente à biblioteca olhando para meu celular, me decidindo se chamaria a Geanne ou não. Resolvi que não, eu tinha que arranjar outro lugar. Fui virar as costas, mas alguém chamou meu nome.
- Neymar? – Parei, identificando sua voz. - O que você está fazendo?
- Oi Ge. - Me voltei para olhá-la. - Bom, eu queria falar com você, mas acabei desistindo e agora não tem como voltar. - Eu ri. Ela observou minhas mochilas.
- Você está indo viajar? - Ela fez uma cara de triste. Eu ri.
- Não, não. Na verdade estou saindo da casa do Gilmar, e eu ia te perguntar se eu podia morar com vocês por pouco tempo. Mas eu acho que vai ser incomodo para Sra. Lerman.
- De jeito nenhum, garoto. - Sra. Lerman apareceu do nada. - Se você está precisando, pode se alojar aqui por enquanto. Mas você vai ter que me explicar por que fugiu de casa. - Arregalei os olhos. Como ela sabia que eu fugi?
- Fugiu de casa? - Ge olhou pra mim, pedindo uma explicação.
- Longa história, Ge. Depois eu te conto, e-eu agora preciso de um lugar para descansar.
- Tudo bem. Entra então. - Eu entrei e logo vi a imensa biblioteca.
- Eu vou falar com a Ju e já volto. - Geanne sorriu e foi ao encontro da Ju.
- No lado direito é a ala dos funcionários, mas em cima ficam os quartos. Mas mudando de assunto, quero que você me explique tudo, Neymar. Ou melhor, Alteza Real. - Fiquei mais nervoso ainda. Como ela sabia quem eu era? Impossível.
- D-Do que está falando?
- Eu sei quem você é. Se eu quisesse espalhar pra todos que o Príncipe da Dinamarca está na minha biblioteca a primeira coisa que eu teria feito era contar para Geanne.
- Como você sabe quem eu sou?
- Sou uma bibliotecária. Leio livros, e sim, os livros contam a história da sua família, e você está nela. Logo que eu vi seu rosto eu percebi que você me lembrava algo, então fui no livro pesquisar.
- Bom, obrigado pro não contar a ninguém. E eu fugi de casa porque no meu país está muita pressão por conta do trono. Eu quis sair de lá, queria ficar em paz, descansar. E bom, eu adorava Londres, e agora que eu vim não quero sair daqui tão cedo. - Vi Gracy vindo de longe. - Principalmente agora. - Percebi que ela olhou na mesma direção que eu estava olhando. Sra. Lerman sorriu.
- Em breve vai ter que contar a ela, Alteza.
- Eu sei, só tenho medo. Ela não vai querer ficar com um príncipe que tem um futuro país nas costas. - Ficamos em silêncio e Gracy chegou.
- Neymar, infelizmente eu estou indo para faculdade. Mas mais tarde a gente se vê, certo?
- Aonde você estuda?
- Na UCL - Ge sorriu e saiu.
- Ela estuda na University College London? - Arregalei os olhos.
- Ela tem notas altas. - Sra. Lerman piscou pra mim e se afastou.
O dia se passou e eu não tinha saído da biblioteca, minha irmã disse que Paul veio para Londres junto com meus pais e ele passará uma mensagem para ela, falando que já tinham chegado em Londres e amanhã mesmo ia começar a buscar por mim, já que não me encontraram na casa dos Payne's. Passei o dia inteiro pensando em como as coisas iam ser no futuro e até que ela veio novamente nos meus pensamentos. Sorri sozinho, lembrando do seu rosto.
Eu precisava tomar uma decisão, eu já descobri que eu a amo. Só preciso contar pra ela, pelo menos antes de ir embora ela tem que saber. Ouvi barulhos do outro lado, se a biblioteca já fechou, isso quer dizer q G deve ter chegado.
Fui correndo olhar e dei de cara com na Ju na escada, meu sorriso logo se desmanchou.
- Ah, é você.
- Oi pra você também, Neymar. Quem estava esperando?
- A Geanne. - Vi ela sorrir.
- Ela entrou dentro do quarto , Neymar.
- Ela veio com você?
- Sim. Vai lá. - Ju fez menção de sair, mas parou. - Ah, como vai o... - A interrompi, já sabendo de quem ela queria saber.
- Ele está bem, já que a conheceu. Sério, ele só vive sorrindo pelos cantos agora. - Vi ela ficar vermelha. - Aproveita, as coisas boas duram pouco. - Dessa vez eu não sorri. E a vi juntar as sobrancelhas. - A gente se vê. - Falei e logo em seguida fui para o quarto da Ge, antes batendo em sua porta. Fui atendido, por uma pessoa com cabelo bagunçado e apenas com uma camisa enorme do Mickey.
- Oh God! - Ela resmungou. - Não me veja assim. - Ela voltou pra cama e se enrolou dos pés a cabeça. - Eu sorri.
- Não se preocupe, continua linda. Mas você deve estar cansada, não é? É melhor eu ir. - Estava fazendo a volta e me retirando, quando algo puxou minha mão, me fazendo girar. Depois senti algo me abraçando.
- O que foi isso? - Falei rindo e a abraçando também.
- Eu provavelmente estou bêbada de sono. Porque naturalmente eu não ia ter coragem de fazer isso. - Eu ri. - Você é fofo. - Senti ela me apertar.
- Eu acho melhor você voltar a dormir. - A conduzi à cama. - Mas vai ficar me devendo uma, amanhã de manhã você terá que me acompanhar a um breve passeio. - Ela me olhou com as pálpebras quase se fechando.
- Está bem.
- Boa noite, Ge. - Depositei um beijo em sua testa. Ela pegou em minha mão.
- Boa noite, Neymar. - Ela sorriu, fechando os olhos e adormeceu. Fiquei a encarando por um tempo, era ela linda demais, meu coração não parava de bater rápido toda vez que a via. Resolvi sair dali logo e dormir em meu quarto. Algo me dizia que amanhã seria um ótimo dia.
POSTEI 2 CAPITULOS PORQUE FIQUEI UNS DIAS SEM POSTAR ;)

Chapter 2 - Red rose


Chapter 2 - Red rose

- Que lugar legal de colocar o pé, uh?! - Ela falou rindo, despertando meu transe.
- Ah! Er... desculpa, eu estava deitado e não vi quando você vinha. 
- Tudo bem. A culpa é minha por vir correndo de costas sem prestar atenção em nada. - Eu a encarei, perdido em seus olhos enquanto ela falava. Depois ela me encarou também.
- Te conheço de algum lugar?
- A Flor! - Eu falei, me lembrando que tinha que devolvê-la.
- O que? - Ela perguntou, sem entender. Peguei na minha mochila que estava encostada na árvore e voltei onde eu estava, entregando-a. Logo ela topou na mesma e senti uma pontada no dedo e depois senti queimar. - Droga!- Reclamei, soltando a flor por impulso. Virei pra frente e vi a garota fazendo o mesmo.
- Você se cortou?
- O espinho dela me machucou, mas tudo bem. - Senti algo tocar meu ombro.
Neymar, precisamos ir. 
- Ok. Já vou indo, Guilherme. - Falei depois vi o Guilherme se afastando, rindo. - Estranho, eu também me cortei. Mas enfim... - Peguei a flor do chão e a entreguei novamente. - Ela é sua, você a deixou cair no museu quando esbarou em mim. - Ela ficou sem reação.
- A minha rosa... Como você a guardou até agora? Se fosse outra pessoa não faria isso. - Ela falou, pegando a rosa e sorrindo.
- Talvez eu seja uma pessoa diferente.
- Você nem me conhecia, como sabia que ia me achar?
- Eu não sei... Só tive que tentar. E estava certo. - Nós rimos.
Neymar! ANDA LOGO! - Olhei mais pra frente e vi Gilmar gritando.
- Bom, eu tenho que ir.
- Certo. Obrigada, Neymar? - Ela riu. - Meu nome é Geanne, mas pode me chamar de Ge.
- Prazer em conhecê-la, Ge. A gente se vê por aí, talvez. - Eu sorri alegremente só por saber seu nome.
- Até. - A última coisa que eu vi nela foi o seu sorriso e depois fui para onde os meninos estavam.
- Sério? Você a encontrou? Isso só pode ser brincadeira. - Guilherme falava.
- Do que vocês estão falando? - Jota perguntou.
- Quem era?
- Ela esbarrou em mim no museu, lembram? Então, ela deixou uma flor cair, e até agora eu estava com ela. - Falei.
- Aquela rosa que você sempre tava na mão?! - Gustavo.
- Ele queria entregar a flor. Mas não sabia nem quem ela era, e agora sabe não é? Já que entregou.
- O nome dela é Geanne. - Sorri.
- Certo, agora você não vai parar de pensar nela, aposto. - Jota resmungava.
- Não mesmo. – Falei, sorrindo.
Estava muito feliz, por mais que fosse estranho esse encontro. Eu só pensava em como ela era linda, seu sorriso me encantou em cheio. Será que vou vê-la outra vez? Senti meu dedo arder novamente. Maldito espinho.
Dois dias se passaram no sossego na casa do Liam, os meninos hoje saíram para fazer não sei o que, e eu e o Gustavo ficamos sem fazer nada. Não aguentava mais o Louis sentado no sofá fazendo um barulho estranho com a boca, já estava quase matando-o quando ele falou.
- Está demorando para sua mãe saber que você fugiu.
- É, eu sei. Minha irmã deve estar me encobrindo ou algo do tipo, isso é bom por enquanto.
- O que você vai fazer quando ela descobrir?
- Vou ter que me esconder, porque eu não vou voltar para aquele maldito palácio tão cedo! Principalmente quando eu finalmente conheci a Ge.
- Está gamadão nela, não é?
- Pode se dizer que ela é lindinha. - Gustavo gargalhou alto. - Quero fazer algo. - Resmunguei.
- Quer ir à biblioteca? Eu quero ler um livro.
- Lá compra livro também?
- Sim.
- Então vamos.
Geanne
- Quantos livros para colocar na prateleira, velho. Tenho mesmo que ensinar a esse povo a depois de ler colocar no lugar? - Ju reclamava.
- Isso é normal, até eu sei. – Falei, revirando os olhos.
- E você?
- O que tem eu?
- Ocupou aquela cômoda toda com aquela rosa.
- E daí?
- Ge. A cômoda toda tem um espaço enorme em cima, e você só colocou ela e não me deixa colocar mais nada.
- Ela tem que se sentir confortável.
- A rosa não anda! E muito menos se mexe, só esse cuidado todo ela já está feliz. É só uma flor, Ge.
- Não é apenas uma flor. É a minha rosa vermelha.
- O que tem de especial? Foi aquele velho louco que te deu.
- Hey, não fale assim do tiozinho. Chata! Não vou me livrar tão cedo daquela flor. - Eu sorri.
- Não é somente pelo tiozinho, não é? - Ela deu um sorriso pervertido. - Só porque o Deus Grego do Museu fez questão de te devolver.
- Exatamente. Ele fez questão de me achar e devolver, aquilo é quase impossível, não posso jogar a flor no lixo. Não sou tão cruel.
- O que mais me impressiona é ela não ter morrido ainda. Eu sempre ganhava flores e sempre murchavam em dois dias.
- Isso porque você não tomava cuidado.
- Eu sempre colocava água, ta? - Ela falou enquanto descia para ver se tinha mais livro sobrando. Eu fui atrás dela.
- Nenhuma planta só sobrevive de água! Precisa de Terra e Sol. Isso você devia ter aprendido no ensino fundamental, Ju.
- Que seja! - Ela parou e eu vi para onde ela estava olhando, havia dois meninos que estavam procurando algo, um deles pegou o livro e parecia não ter gostado do assunto e o colocou na mesa, abandonando-o e indo para outra parte procurando outro livro. Eu vi Ju quase explodindo de raiva. Acho que a coisa ia pegar fogo por ali.
Ju caminhou até o livro abandonado na mesa e foi em direção a onde os dois meninos estavam.
- Sério? - Ouvi ela falar. - Você não tem a mínima educação de colocá-lo de volta no mesmo lugar? – Eles, ao ouvirem sua voz, olharam pra ela. - A gente se mata pra organizar esses livros e vocês nem ao menos colocam de volta no lugar para facilitar. - Ela pegou o livro e bateu de leve na cabeça de um.
- HEY! Eu acho que esse é o trabalho de vocês, não? - O garoto que havia levado uma livrada na cabeça falou. - Mais um emprego garantido. - Ju bateu de novo na cabeça dele. Eu observava a cena um pouco de longe e ria com a cena, foi quando o outro menino me olhou que deixei de ver a cena deles e prestei atenção, foi quando eu o reconheci. Cabelo Castanho e olhos Verdes, ele sorriu pra mim. Era o Neymar.
- Oi. - Ele se aproximou enquanto os dois ainda estavam discutindo.
- Oi. - Sorri. - Está me seguindo?
- Ah, claro. - Rimos. Olhei para Ju e o amigo do Neymar.
- Quem é seu amigo?
- É o Gustavo. Eles estão se dando muito bem, pelo visto. - Ele riu.
- Ju está irritada hoje, ele a pegou num dia ruim.
- Você trabalha aqui?
- Mais ou menos. Na verdade eu moro aqui por enquanto, e ajudo na biblioteca, só que tenho salário.
- Ah entendi. Você é daqui de Londres?
- Hey, qual é a de vocês, saem e deixam eu e o babaca aqui? - Ju nos interrompeu.
- Claro, vi que vocês já têm um destino formado. Então deixo o tempo resolver, no final vão estar casados. - Neymar riu, enquanto Ju corou e Gustavo ficou envergonhado. Gargalhei.
- Idiota! - Ju falou algo com ele e saiu.
- Bom, eu não sou daqui. Sou do Brasil, mas estou fazendo faculdade aqui. Então estou morando aqui. - Sorri. - E você? Não me parece um londrinho, muito menos um Britânico.
- É, acertou. Sou da Dinamarca, conhece?
- Bom, eu nunca fui lá. Mas já ouvi falar.
- Que tal vocês marcarem outro dia para bater um papo? Aproveita e marca um encontro, já que eu estou vendo que querem se conhecer melhor. - Corei com o que o Gustavo falou. Neymar ficou sem jeito, mas olhou pra mim como se esperasse minha resposta.
- O-O que? Por mim tudo bem. - Ri nervosa.
- Você pode me dar seu número? Não é todo dia que estou com tempo livre.
- Tudo bem. - Trocamos nossos números.
- Estou esperando lá fora. - Gustavo falou.
- Ele estava de mau humor? - eu perguntei.
- Acredite, é a primeira vez. Reação por causa da sua amiga.
- Tive uma ideia! É claro, se você quiser. - Ele sorriu.
- Diz...
- Por que não leva ele quando a gente for sair? Eu posso levar a Ju. - Eu sorri, o vendo gargalhar.
- Essa foi ótima. Pode deixar que eu o levo. - A gente se encarou um tempo.
- Er, acho que eu já vou.
- Certo.
- Até mais. - Ele se aproximou, me dando um beijo na bochecha e saindo em seguida. Fiquei envergonhada que não me pus a olhar ele saindo, para não correr o risco de ficar pior.
Fui diretamente ao meu quarto, ainda com um sorriso na boca. Por que eu estava sorrindo mesmo? Ele é só um belo garoto que entregou a flor que você deixou cair, Geanne. Como você pode já está encantada por ele? É assim que quebramos a cara, como sempre, criando falsas esperanças. Mas ele não sai da minha cabeça, e quando sai é só eu por os olhos naquela flor que a imagem dele volta a minha cabeça. Maldito absurdamente lindo.
Trocando de assunto, onde será que a Ju foi? Fui à procura dela, ela estava extremamente furiosa por causa das piadinhas que eu soltei. Minutos depois a encontrei sentada na cozinha comendo.
- Ju?
- Oi?
- Está tudo bem?
- Sim, por que não estaria?
- Ah, pela piadinha que eu soltei. Desculpa.
- Tudo bem, relaxa. Por mais que aquele garoto me irritou não nego que ele é gostoso.
- Sua mudança de humor me assusta. Falando no Gustavo, você e eu vamos sair com ele e o Neymar ok?
- O QUE? - ela arregalou os olhos. - VOCÊ MARCOU UM ENCONTRO PRA MIM SEM MINHA PERMISSÃO?
- Ué, eu sei que você quer. Já que ele é 'gostoso'.
- Falar pra você que ele é gostoso é diferente de realmente ter um encontro com ele! Por Deus Ge, eu acabei de brigar com ele e vamos marcar um encontro logo depois?
- Não vejo problema.
- Você que está louca para dar uns pegas no Deus grego lá.
- É Neymar, e eu não quero dar uns pega nele ok? Mesmo que ele seja lindo.
- Estamos quites.
- Não. Porque eu vi como você olhou para o Gustavo.
- O que tem demais no meu olhar?
- Paixão!
- Você fumou maconha, minha filha?
- Quer saber, você é teimosa mesmo, então esquece. Mas você vai comigo, sim!
- Te odeio.
- Também te amo.
Acordei no outro dia com os olhos queimando por causa da claridade. Me levantei, fiz minha higiene pessoal e fui comer algo. Vi Ju, estava sentada comendo algo.
- Acordou cedo?
- Sim. Ge, antes de sairmos com os meninos, quero ir para o Hyde park.
- Fazer o que lá?
- Não sei.
- Anh?
- Na verdade estou nervosa. Com o encontro. - Ela falou pausadamente. - Eu nunca saí com um menino lindo antes e eu o maltratei ontem. - Ela fez bico e eu ri.
- Relaxa, se ele não gostar de você ele nem vai.
- E eu vou ficar de vela? Não mesmo.
- Vela? Eu não vou ficar com o Neymar. - Ela me olhou desconfiada.
- Vamos para o hyde park?
- Tudo bemmm. Chata.
- Te amo. - Ela me abraçou. Fomos ajudar na biblioteca e tentar sair mais cedo para irmos ao Hyde Park, para a Ju estar satisfeita e em paz para seu encontro.
Mais tarde, Ju falou que tinha uma ideia de o que fazermos no Hyde Park, um cesta de piquenique. Falamos com a Sra Lerman e ela autorizou a fazermos comida na cozinha da biblioteca e levarmos para lá. Tínhamos feito vários salgadinhos, sanduíches e doces, levamos refrigerante também. Eu estava aproveitando os únicos dias de folga que eu estava tendo, depois de amanhã começava a faculdade e eu tinha que me preparar psicologicamente. Mas hoje eu não estava feliz só por isso, de manhã depois de acordar eu tinha enviado uma mensagem pro Harry (Sim, eu fui a primeira a entrar em contato.) e estava tudo certo para nos encontrarmos no próprio Hyde Park à noite. Como ainda era de tarde, peguei meu casaco vermelho que eu sempre usava e fomos fazer esse tal piquenique que a Ju insistia em fazer. Chegando lá, eu comi feito um boi, estava morrendo de fome.
- A Let devia estar aqui com a gente também.
- Ela disse que estava ocupada, mas que a gente estava devendo uma saída com ela. - Ju falou com a boca cheia ainda, ela estava atacando a comida. Apoiei meus braços na grama na forma que eu pude sustentar meu corpo sem deixá-lo cair e fechei os olhos, curtindo o clima. Não estava nem frio e nem quente, super normal.
- Esse dia está perfeito, espero que mais tarde esteja melhor ainda. - Ju riu com seu comentário.
- Você está louca para encontrar o Gustavo, não é?
- Estou mesmo. Quem mandou insistir. - Nós rimos. Depois do nosso ataque à comida, resolvemos encostar na árvore e aproveitar o momento. Só não contávamos que nesse momento íamos acabar cochilando.
Péssimo dia para tirar um cochilo. Ainda com os olhos fechado, senti uma brisa totalmente fria e com isso abri os olhos, me encolhendo e sentindo frio. Estava tudo nublado, e o pior já estava de noite. Me desencostei da árvore e me levantei às pressas. Olhei pro lado e a Ju continuava a dormir. Como ela podia dormir com um tempo desses?
O vento a cada minuto que passava parecia estar mais forte, e começou a chover. Coloquei meu capuz com a esperança de me livrar dos pingos de água, provavelmente a Ju sentiu os pingos e começou a acordar.
- Ju! Vamos sair daqui logo!
- Anh? Mas o que diabos está acontecendo? Nossa, que macabro. Cadê todo mundo?
- Talvez venha uma tempestade por aí, e onde a gente está? Aqui no meio do Park sem ninguém. - Peguei na mão dela e a puxei. Fomos caminhando e tentando achar a saída do Park.
- Já falei que não gosto disso? Parece um tipo de filme de terror. Quero logo sair daqui.
- A saída está logo ali, vamos! - Estávamos andando quando ouvimos um uivo, talvez de um cachorro. Nós duas nos assustamos.
- Ah Senhor Jesus Cristo! VAMOS EMBORA DAQUI Ge, EU NÃO ESTOU GOSTANDO DISSO! - Ju entrou em desespero. Tentamos apressar o passo, mas a chuva estava forte e eu tinha medo de levar um tombo. De repente a chuva parou, e nós duas fizemos o mesmo. Um silêncio dominou o ambiente. Ouvimos um barulho de algum arbusto por ali.
- Ge, eu não estou gostando disso. Vamos correr agora. - Ju sussurrava.
- Calma, não vai acontecer nada. - Ouvimos um barulho de novo e dessa vez seguido por um rosnado. Nos viramos devagar pra ver o que era, e não gostei nada do que vi. Olhos amarelos e dentes afiados.
Desculpa a demora ;)