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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Chapter 4 - Kiss Enchanted


Chapter 4 - Kiss Enchanted

Acordei não querendo acordar, estava tendo um ótimo sonho. Fiz minha higiene pessoal e desci até a sala de janta para tomar café. Chegando lá encontrei a G quase comendo um pão, ela não podia comer, não agora que eu pensei em fazermos um piquenique.
Tomei o pão da mão dela e a vi reclamar.
- Não vai comer, você prometeu ir hoje para um passeio. Vamos fazer um piquenique. - Ela pegou o pão da minha mão. - Que foi?
- Não, chega de piquenique, Neymar. - Lembrei da última vez que ela fez um.
- Tudo bem. Mas pelo menos vai passear comigo, não é? 
- Bou. - Ela falou com a boca cheia.
- Acabe de comer e faça o que tem que fazer. Vou sair, quando eu voltar quero você pronta. - Sorri.
- Vai para onde?
- Comprar uma coisa. Até mais. - Saí pela porta. Na verdade eu fui comprar algo pra Ge. Estava disposto a falar o que eu sentia por ela, espero que eu não leve um pé, vou ficar depressivo por uns dias.
Depois de ter comprado o presente da Ge, saí da loja e parei no mesmo instante. Havia um carro ali e eu conhecia bem o estilo desse carro, depois vi uma bandeirinha da Dinamarca. DROGA! Apressei meus passos, mas me bati com alguém mais alto que eu. Paul.
- Alteza?
- Shhhhh. Quanto tempo, Paul. - Ele sorriu.
- Seus pais estão aqui, lhe procurando.
- Eu sei. Vai contar para eles que me encontrou?
- Se eu te ajudei a fugir, acha que eu vou lhe entregar agora? Alteza, não sendo curioso, mas o que é isso em sua mão?
- Já falei para me chamar de Neymar. E é um presente.
- Um anel?
- Como você sabe que é um anel? - Perguntei de boca aberta.
- A caixinha pequena só pode ser um anel. Mas para quem?
- Uma... - Pigarreei - Amiga. - Ouvimos alguém saindo de alguma loja.
- É melhor ir, Alteza. São seus pais.
- É Neymar. E eu vou sim, até mais. - Corri dali e me escondi o mais rápido possível. Nunca pensei que eles estariam tão perto de mim.
Cheguei na biblioteca sem ar. Tentei me ajeitar e fui para o segundo andar, onde vi a Ge.
- Pronta? – Perguntei, a assustando.
- Que susto, Neymar. - Eu ri.
- Desculpa. - Estendi a mão depois de me desculpar. Ela olhou para minha mão alguns segundos e depois a pegou.
- Você não deveria abusar da inocência das pessoas, principalmente quando ela estiver bêbada de sono.
- Não sou bondoso, sou abusado mesmo. - Íamos descendo as escadas ainda de mãos dadas.
- Ora, ora, ora os pombinhos. - Ouvi a Ju falar.
- Ju, olha esse aqui. - Ouvimos uma voz e olhamos para trás, era Guilherme . Droga, as coisas estavam péssimas. Puxei a Ge e corri escada abaixo, deixando a Ju sem entender nada. Quando saímos da biblioteca, pude respirar fundo.
- Hoje... o dia começou... turbulento. - Falei eufórico.
- O que foi aquilo? Por que se escondeu do seu melhor amigo?
- Ele não sabe que estou aqui, Ge. Nenhum dos meninos sabem, e não podem saber. - Finalmente comecei a dar passos em direção ao Green Park.
- Por quê? Falando nisso, você também não me contou por que está fugindo dos seus pais.
- A história é longa. E parte dela você não deve saber.
- Eles devem estar preocupados. - Parei imediatamente.
- Eu sei. Mas eu precisava fazer isso, aquele clima estava me estressando e vamos parar de falar sobre isso, por favor.
- Isso te machuca, não é? - Eu ri.
- Por um lado, Ge.
Ficamos um tempo em silêncio até o climão ir embora.
- O que tem na mochila?
- Livros. Gosta de Percy Jackson?
- Gosto. - Sorri.
- Vamos fazer uma competição de leitura então. - Tínhamos chegado ao park, já que era bem perto da biblioteca. Ela correu e entrou, eu fiz o mesmo depois.
Passou-se mais ou menos duas horas, já tínhamos lido o livro de Percy Jackson e a maldição do titã. E Ge agora me fazia um monte de perguntas, para ver se eu sabia.
- Sério? Você é muito ruim para lembrar o que acabou de ler. - Ge estava deitada de barriga para cima, enquanto eu ficava na frente dela de barriga para baixo apoiado nos meus cotovelos.
- Como é que você quer que eu lembre a profecia desse livro?
- Eu sei, ok? É assim "A oeste, cinco buscarão a deusa acorrentada; Um se perderá na terra ressecada; A desgraça do Olimpo aponta a trilha; Campistas e Caçadoras, cada um, brilha; A maldição do titã um deve sustentar; E, pela mão do pai, um irá expirar" - Ela disse como se fosse o próprio oráculo.
- Eu não sou bom em decorar, ok?
- Você é um péssimo fã. - Ela riu. - Outra agora essa é muito fácil. O nome do pegasus de Percy?
- BlackJack... - Falei desanimado, lembrando dos meus dois cavalos o qual eu coloquei o nome.
- O que foi? - Ela me olhou ainda deitada.
- Eu tenho dois cavalos, um se chama Black Jack e outro Pegasus.
- Você tem cavalos? - Ela parou. - Você é algum tipo de príncipe? - Ela gargalhou, me fazendo suspirar e pensar "Infelizmente sou mesmo." - Foi divertido. - Ela finalmente parou e disse.
- O que?
- Hoje, faz tempo que não me divirto assim. - Eu sorri.
- Eu também. Mas no meu caso é você que me faz sorrir. - A olhei, ela corou fechando os olhos. Eu analisei seu rosto inteiro, e percebi que já estava na hora de dizer tudo a ela.
Beijei sua testa demoradamente.
Geanne
Senti algo quente em minha testa, enquanto estava de olhos fechado. Pude perceber que ele me dava um carinhoso beijo na minha testa. Mas logo depois veio o próximo ato que nunca imaginaria, mas senti um sentimento único.
O toque dos seus lábios quentes nos meus fez meu coração relaxar as batidas fortes que ele sempre dava quando Neymar estava próximo a mim. Meu coração ficou calmo, como se estivesse satisfeito com aquele toque, como se para ele se sentir tranquilo, ele precisava sempre daquele toque, pelo menos por enquanto. E eu sabia o que exatamente era isso. Amor.
Um sentimento indescritível, que apenas se sente.
"O Amor que ainda não se definiu é como uma melodia do deserto incerto: Deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugidio de uma música ao longe." - Érico Veríssimo.
A minha vida estava bagunçada, meio sem graça, mas aí ele veio e começou a trazer cor ao meu sorriso, pintou os meus sonhos e agora já não me vejo mais perdida, e sozinha, porque no meio dessa bagunça eu o encontrei. O Prince Charming da chapeuzinho, o meu Prince Charming. Posso estar sendo equivocada demais, mas o que posso fazer se é isso que eu estou sentindo? Que eu o encontrei. É, apenas com um beijo eu soube que era ele.
Ele separou seus lábios dos meus e eu finalmente abri os olhos. Nada foi dito. Me levantei, apenas ficando sentada na grama, e me virei para o olhar. O vento batia de leve no meu cabelo, fazendo as pontas voarem ao meu rosto. Ele se aproximou, colocando o meu cabelo atrás da minha orelha e num ato impulsivo aproximei mais dele e o beijei, colocando minha mão na sua face. Joguei meu corpo todo para cima do dele, o fazendo deitar comigo na grama macia. E eu não me contentei em um encostar de lábios, invadi a parede da sua boca com minha língua e logo encontrei a dele. Como eu podia dizer que estava meu coração? Calmo mais uma vez.
Nós no separamos e nos olhamos. Sorrimos. Saí de cima dele e sentei ao seu lado, ele se levantou e me encarou.
- Eu te amo. - Eu o olhei falando.
- Esse seu jeito de mostrar foi inimaginável. - Eu sorri.
- Foi o melhor que eu encontrei.
- Eu também amo você. Você se tornou tão especial para mim, em pouco tempo. - Eu o abracei, sendo correspondida.
- Sem perceber, meu coração escolheu você, Ge. Eu antes fiquei em dúvida se deveria contar para você ou não, porque eu sou de outro país, certo? Mas se eu voltasse sem falar isso pra você eu me arrependeria amargamente. Porque passaria o tempo todo te amando e pensando que eu não era correspondido. - Ele se afastou um pouco de mim e colou sua testa na minha.
- Não importa se você um dia vai embora, ninguém sabe do futuro, Neymar. - Eu vi ele sorrindo.
- A única coisa que eu sei é que você vai ser minha um dia.
- Ainda não sou? - Sorri.
- Não, até nos casarmos. - Nós rimos. - E eu não estou apressando as coisas, ok? Só estou falando do futuro. - Vi ele mudar de feição.
- O que foi?
- Talvez meu futuro seja grandioso até demais. Não sei se você ficaria comigo.
- Do que está falando? É claro que eu ficaria com você, não importa como. - Eu me aninhei em seus braços e senti ele beijando o topo da minha cabeça.
- Ge, se você ficar comigo você ganha duas coisas. - Ele falou misterioso.
- Duas coisas?
- Isso! - Ele tirou uma caixinha do bolso e abriu. Era um anel que continha dois corações, sendo que um que tinha uma pedra de esmeralda.
- UAU! É de verdade? – Perguntei, olhando pra ele depois rindo.
- Sério que você está me perguntando isso? É claro que é de verdade. - Ele pegou o anel e colocou em meu dedo. Eu fiquei com os olhos brilhando.
- Qual é a outra coisa? - perguntei.
- Obstáculos. Nós vamos ter que passar por muitos obstáculos. E quando eu digo obstáculo é barra pesada, ok?
- Você é algum tipo de traficante? - Vi ele revirar os olhos.
- Engraçadinha. Eu to falando sério, Ge.
- E quais são esses obstáculos?
- Não posso te dizer. - Ele falou, hesitando.
- Tudo bem, se for aquele negocio relacionado aos seus pais eu vou parar de falar. Percebi que você não gosta.
- Então. Aceita essas duas condições sem mesmo saber qual é a outra?
- Só se você pedir formalmente. - Ele riu.
- Gostaria de namorar comigo? - Eu fiquei sem reação. Não que eu não esperava por aquilo, mas foi tão bonito. Tão verdadeiro. - Se você não quiser, diz logo.
- Ah, desculpa. Eu viajei, e sim. Eu aceito namorar com você. - Sorri e o abracei, dando um beijo da bochecha dele.
- Te amo. - Ouvi ele sussurrar perto da minha orelha.
- Eu te amo. - respondi.

Neymar
Eu estava feliz demais. Seria estranho para um casal dizer eu te amo logo, mas eu sou diferente, não tenho nada de normal, sou um príncipe. Um príncipe idiota que mal consegue segurar uma garota bonita e legal por muito tempo, porque meu legado de segundo sucessor do trono real faz uma garota sem ambição se assustar. E com a Ge não vai ser diferente, nem imagino como vai ser quando eu contar a ela.
Nunca estive tão certo no amor. Ge nasceu definitivamente para mim.
Estávamos dando um passeio fora do Park, quando eu vi um carro mais que conhecido. Droga, meus pais estão mesmo me procurando de lugar em lugar sem provocar tumulto. Fiquei logo nervoso.
- Temos que ir, Ge. Aumente os passos. - Vi ela me olhar sem entender e assustada.
- O que foi? Tem alguém nos seguindo?
- Quase isso. Vamos. - Corri de mão dadas com ela.
- Chega, estou cansada. Não aguento mais correr.
- Desculpe. - Encostei minhas costas no muro.
- Ultimamente você só tem corrido. O que está acontecendo?
- Meus pais, Ge. Eles estão em Londres.
- Eles são tão ruins assim para você fugir?
- Não. De jeito nenhum. - Eu ri. - Eles são perfeitos, fazem um bom papel de Pai e Mãe. Só fugi porque estava atrás de alguma aventura, sem eles ou minha irmã.
- Aventureiro. - Ela riu. - Vamos voltar pra biblioteca, amanhã eu tenho faculdade.
- Ah não. – Resmunguei, a abraçando.
- Vamos, preguiçoso.
- Não sou preguiçoso, só queria passar um tempo com você.
- Já passou tempo suficiente, até me pediu em namoro. - Eu ri do que ela disse. E assim fomos para nossa 'casa'.
- Olá gente. Por que sumiram tão rápido daquela vez? - Ju perguntou logo que entramos na biblioteca.
- Guilherme não pode saber que estou aqui. - falei.
- Bom, eu falei que você estava. - Ju falou, meio assustada. - Mas ele deve ter entendido que você não queria que ninguém soubesse. - De repente vi o olhar de Ju descer para minha mão e a da Ge, que estavam entrelaçadas. - Perdi alguma coisa aqui? Aonde foi que achou esse anel, Ge? - Ela falou.
- Primeiro, esse anel não foi achado, ok? Muito respeito com ele. - Ge me olhou e sorriu. - Segundo, eu ganhei ele. Terceiro, sim você perdeu muita coisa. Eu e o Neymar estamos namorando.
- O QUE? SÉRIO? OMG! OMG! - Eu pigarreei.
- É melhor eu sair daqui por um momento, coisas de meninas não é comigo. - Dei um beijo na testa da Ge e apertei o nariz da Ju e fui embora.
- Cabeção, não toque mais no meu nariz. - Eu ri.
Dois dias se passaram e eu e a Ge estávamos super bem. Louis apareceu um dia aqui na biblioteca e eu falei com ele, explicando as coisas e ele prometeu que não ia falar para ninguém, nem para os meninos. Desde então agora eu sempre me encontrava com o Louis.
Estávamos na TV da sala quando paralisamos com uma noticia que eu nunca imaginaria que meus pais chegassem a tal ponto.
O Rei e a Rainha da Dinamarca estão de passagem pela cidade com seu filho mais novo, o Príncipe Neymar da Silva Santos. A filha mais nova e em breve a futura Rainha do país não pode visitar Londres por motivos de responsabilidade, já que ela será a próxima a subir ao trono. - Ouvi a repórter falar. - Hoje o Rei e a Rainha vão fazer uma entrevista exclusiva para o jornal da cidade. E até agora o cobiçado Príncipe Neymar da Silva Santos não foi visto recentemente por paparazzis. Acho que esse daí está querendo paz e tranquilidade longe dos flashes...- Da onde foi que você veio de passagem com seus pais?
- Você não entendeu, Guilherme . Meus pais querem me achar sem muito tumulto. – Suspirei, desligando a TV. - Se nada der certo, suponho que eles vão ser obrigados a falar para a imprensa que eu estou aqui sem permissão.
- E você é menor de idade ainda. Pelo menos aqui.
- E eu vou me ferrar. Mas eu já estou aqui, não tem como voltar atrás.
- Neymar, isso vai dar muita confusão.
- Eu sei. Mas a única coisa que me importa agora, é como falar pra Ge.
- Por que não diz logo?
- Porque eu tenho medo. Sei como ela vai reagir. E você, Louis? Já falou com a Ju que você gosta dela? - Eu ri, mudando de assunto.
- Ainda não. Não tenho oportunidade, ela fala demais. - Soltei uma gargalhada. - Vamos sair um pouco daqui?
- Vamos. - Me levantei do sofá, indo em direção à porta da biblioteca.
Caminhávamos pela calçada do Green Park enquanto conversávamos coisas fúteis. Até agora ninguém tinha me reconhecido, até porque eu fiz questão de colocar roupas normais, um boné e óculos escuros.
- Dude, lembrei agora que falta visitar vários lugares em Londres. Acho que vou chamar a Ge para ir comigo, já que ela mora aqui.
- Você quer é namorar. - Guilherme falou, revirando os olhos.
- Também. – Ri, concordando. Estávamos conversando e rindo à toa, quando eu percebo uma certa pessoa parecida com Rafaella. Mas logo desapareceu.
- O que foi, Neymar?
- Eu tive a impressão de ter visto a Rafa. Mas acho que é meio impossível, já que ela não pode sair do país. Só posso estar vendo coisas.
- Eu hein. - Guilherme franziu a testa e me encarou.
Logo anoiteceu e eu e a Ge estávamos no quarto dela.
- Neymar? - Ouvi ela me chamar. Estava deitado na cama e ela em cima do meu peito.
- Oi?
- Você nunca me falou muito sobre sua família. Eu sei que você não gosta, mas eu falei tudo sobre mim e mal te conheço, sei lá.
- Mal me conhece?
- Modo de dizer, Neymar. E não conta em saber que você tem pais e irmãs, e suas coisas do passado. Eu sinto que tem algo que te incomoda em me falar.
- Eu vim de uma família rica, Ge. Nobre.
- Nobre? - Eu afirmei com a cabeça. - Sua família tem algum título? - Fiquei em silêncio, nervoso mais do que o normal. - Ta bem, não vou mais perguntar sobre sua família. Pelo menos já é um bom começo. - Ela sorriu.
- Eu tenho tanto medo de te perder. – falei, a abraçando forte.
- Perder? Impossível. - Ela mordeu minha bochecha.
- Se você tiver razões para me abandonar?
- Mesmo que eu tivesse mil razões para te abandonar, eu iria procurar por aquela única razão que iria me fazer lutar por você. - Ela sorriu.
- É tão difícil descrever tudo o que sinto por você, são sentimentos tão fortes, verdadeiros. Te amo de uma forma inexplicável, eu nunca amei ninguém dessa forma, e tenho certeza que nunca vou sentir isso por nenhuma outra pessoa. – Falei, ficando da altura dela e a beijando.
Eu a aconcheguei mais em meus braços e afastei meus lábios do dela, ouvindo logo um resmungo da parte dela. Eu sorri, lhe dando um selinho. Ficamos nos encarando por um tempo, olho no olho. Aqueles olhos cor de mel que me deixavam zonzo, mas era a visão mais linda que eu já tive.
- Eu te amo. - Ela falou.
- Eu te amo muito mais. – Falei, mordendo seu lábio.
- Vou fingir que não ouvi essas duas últimas palavras. - Eu a beijei novamente, fazendo-a calar. Ela logo saiu do meu lado e ficou em cima de mim. Segurei em sua cintura, enquanto ainda não desgrudávamos nossas bocas. Fiz a audácia de explorar suas pernas com minha mão, mas ela nem sequer se importou com isso. Depois de minutos nos beijando, nos separamos eufóricos.
- Precisamos fazer isso mais vezes. - Eu falei e ri.
- Pode apostar. Mas, antes que a Sra. Lerman venha e nos pegue aqui, você vai cair fora agora, amor. - Ela se levantou, se arrumando, e ia me levantar quando eu ouvi ela me chamar de amor, sorri pra mim mesmo.
- Fala de novo?
- O que? - Ela fez uma cara de interrogação. - Ah, amooooooooor! - Ela veio em minha direção e me abraçou. Sorrimos.
- Ge, como se fala " I want a Kiss" em português?
- Eu quero um beijo. - Ela falou e eu a beijei. Ela riu e se soltou. - Que safado, muito espertinho você, não é? Agora sai daqui. - Ela falou, me puxando e me levando até a porta.
- Quero ficar aqui a noite toda. Vamos fazer uma party no seu quarto Ge, se é que me entende. - Eu falei, levantando a sobrancelha pra ela, já na porta.
- Vai pro seu quarto, pervertido. - Ela riu.
- Só se antes você me der um beijo.
- Não acabou de ganhar?
- Quero outro. - Ela me deu um selinho, mas eu a agarrei e logo estávamos nos agarrando entre a porta.
- Chega, Neymar. - Ela se soltou. - Vai logo.
- Até amanhã, linda. - Eu falei, indo em direção ao meu quarto.
Geanne
Acordei, dando de cara com a minha rosa no vaso, ela me parecia meio estranha hoje. Me levantei e fui olhar pra ela.
- O que está acontecendo, rosinha? Não morre agora, ok? - Beijei a pétala dela. Desci para tomar café e vi a Dani lá.
- Dani?
- Ge! Quanto tempo. Já soube da novidade, ok? Como você está? - Ela se levantou, me abraçando.
- Tava com saudades também e eu estou ótima, e você?
- Quero que me apresente seus amigos.
- Direta você.
- O Neymar já acordou?
- Sim. Ele saiu logo cedo não sei pra onde. Por quê?
- Quero falar com ele só.
- Já estão virando chiclete? - As duas riram. E eu dei dedo pra Ju.
- Cala a boca. - Tomei meu café da manhã e fui para a central da biblioteca, para meu canto que eu adorava. Hora de ler a Cinderela.
Depois de algumas horas lendo o livro, ouvi alguém sussurrar em meu ouvido com aquele sotaque dinamarquês.
- Geanne... - Fechei os olhos, me arrepiando com a voz sexy do Neymar atrás de mim.
- Se não fosse pela sua voz inconfundível eu tomaria um susto. – Falei, sentindo ele me abraçar e beijar meu pescoço.
- A Ju disse que queria falar comigo.
- Ah sim, nossa rosa vermelha está morrendo.
- Nossa? Agora é de nós dois?
- Desde que você disse que me amava, sim. Somos um agora, não é? - Eu falei, vendo plantar um sorrisão no seu rosto.
- Mas o que aconteceu com ela?
- Não sei. Vamos ver. - Coloquei o livro de volta e puxei ele pela mão, o fazendo me acompanhar. Chegando no meu quarto, me aproximei, olhando a rosa.
- Ela está estranha... - Vi ele tocar em suas pétalas.
- Pensei que uma rosa não sobreviveria tantos dias. - Ele franziu a testa.
- Nem eu.
- Você gosta dela, não é? - ele me perguntou.
- Eu não quero que ela morra, Neymar. O tiozinho me deu ela e quando eu perdi, você a trouxe de volta a mim. E foi como eu te conheci. - O olhei, fazendo bico. Ele me deu um selinho.
- Ela não vai morrer, prometo. Deixa ela pegar um solzinho, certo? - Concordei e logo pus ela na janela onde tinha sol. - Agora vou tomar um banho, depois a gente se vê, linda. - Ele me beijou, e depois se retirou do quarto. Vi ele voltar novamente. - Esqueci de dizer que te amo hoje. Te amo. - Eu ri.
- Também, meu amor.
Neymar
Tirei a camisa e minha calça logo para tomar um banho gostoso. Quando percebi que meu celular dava sinal de uma nova mensagem. Procurei nos bolsos da calça e finalmente eu o achei. Quando eu li, meu chão desapareceu. Os meus dias aqui estavam contados, disso eu já sabia. Mas não sabia que estava em uma enrascada.
" Neymar, meu filho, eu não queria fazer isso, mas parece que você não me dá escolha. Você não sabe a gravidade dos fatos, toda a Dinamarca já sabe que você fugiu para fazer suas irresponsabilidades longe de lá. Mesmo que seja meu filho, eu terei que tomar decisões drásticas. Se algum dos nossos inimigos ou até mesmo bandidos souberem onde você está, não sei o que pode acontecer. Então você tem duas opções: Aparecer e voltar para o nosso palácio com a gente ou serás banido da Dinamarca e deserdado. Seu pai."
Joguei meu celular na parede, fazendo-o quebrar. Fui para o chuveiro tentar me tranquilizar um pouco. Eles estão brincando, só pode, isso só pode ser brincadeira. Eu não posso aceitar isso!
Dei um soco na parede. Eles estão me fazendo escolher entre a Geanne e a Dinamarca... Eu não posso deixar a Ge, mas eu também amo a Dinamarca. Droga de sangue real que corre em minhas veias! Eles sabiam que eu ia escolher a Dinamarca, lá foi onde eu cresci. Por mais que eu sempre quis fugir de lá, lá é onde parte do meu coração está.
Como vou contar pra Ge? Suspirei fundo. Como um príncipe, acho que sei o que fazer. Por que diabos meu coração foi se dividir em dois? E estarem tão longe um do outro? Dinamarca e Geanne, espero que um dia eu possa juntar vocês

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