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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Chapter 2 - Red rose


Chapter 2 - Red rose

- Que lugar legal de colocar o pé, uh?! - Ela falou rindo, despertando meu transe.
- Ah! Er... desculpa, eu estava deitado e não vi quando você vinha. 
- Tudo bem. A culpa é minha por vir correndo de costas sem prestar atenção em nada. - Eu a encarei, perdido em seus olhos enquanto ela falava. Depois ela me encarou também.
- Te conheço de algum lugar?
- A Flor! - Eu falei, me lembrando que tinha que devolvê-la.
- O que? - Ela perguntou, sem entender. Peguei na minha mochila que estava encostada na árvore e voltei onde eu estava, entregando-a. Logo ela topou na mesma e senti uma pontada no dedo e depois senti queimar. - Droga!- Reclamei, soltando a flor por impulso. Virei pra frente e vi a garota fazendo o mesmo.
- Você se cortou?
- O espinho dela me machucou, mas tudo bem. - Senti algo tocar meu ombro.
Neymar, precisamos ir. 
- Ok. Já vou indo, Guilherme. - Falei depois vi o Guilherme se afastando, rindo. - Estranho, eu também me cortei. Mas enfim... - Peguei a flor do chão e a entreguei novamente. - Ela é sua, você a deixou cair no museu quando esbarou em mim. - Ela ficou sem reação.
- A minha rosa... Como você a guardou até agora? Se fosse outra pessoa não faria isso. - Ela falou, pegando a rosa e sorrindo.
- Talvez eu seja uma pessoa diferente.
- Você nem me conhecia, como sabia que ia me achar?
- Eu não sei... Só tive que tentar. E estava certo. - Nós rimos.
Neymar! ANDA LOGO! - Olhei mais pra frente e vi Gilmar gritando.
- Bom, eu tenho que ir.
- Certo. Obrigada, Neymar? - Ela riu. - Meu nome é Geanne, mas pode me chamar de Ge.
- Prazer em conhecê-la, Ge. A gente se vê por aí, talvez. - Eu sorri alegremente só por saber seu nome.
- Até. - A última coisa que eu vi nela foi o seu sorriso e depois fui para onde os meninos estavam.
- Sério? Você a encontrou? Isso só pode ser brincadeira. - Guilherme falava.
- Do que vocês estão falando? - Jota perguntou.
- Quem era?
- Ela esbarrou em mim no museu, lembram? Então, ela deixou uma flor cair, e até agora eu estava com ela. - Falei.
- Aquela rosa que você sempre tava na mão?! - Gustavo.
- Ele queria entregar a flor. Mas não sabia nem quem ela era, e agora sabe não é? Já que entregou.
- O nome dela é Geanne. - Sorri.
- Certo, agora você não vai parar de pensar nela, aposto. - Jota resmungava.
- Não mesmo. – Falei, sorrindo.
Estava muito feliz, por mais que fosse estranho esse encontro. Eu só pensava em como ela era linda, seu sorriso me encantou em cheio. Será que vou vê-la outra vez? Senti meu dedo arder novamente. Maldito espinho.
Dois dias se passaram no sossego na casa do Liam, os meninos hoje saíram para fazer não sei o que, e eu e o Gustavo ficamos sem fazer nada. Não aguentava mais o Louis sentado no sofá fazendo um barulho estranho com a boca, já estava quase matando-o quando ele falou.
- Está demorando para sua mãe saber que você fugiu.
- É, eu sei. Minha irmã deve estar me encobrindo ou algo do tipo, isso é bom por enquanto.
- O que você vai fazer quando ela descobrir?
- Vou ter que me esconder, porque eu não vou voltar para aquele maldito palácio tão cedo! Principalmente quando eu finalmente conheci a Ge.
- Está gamadão nela, não é?
- Pode se dizer que ela é lindinha. - Gustavo gargalhou alto. - Quero fazer algo. - Resmunguei.
- Quer ir à biblioteca? Eu quero ler um livro.
- Lá compra livro também?
- Sim.
- Então vamos.
Geanne
- Quantos livros para colocar na prateleira, velho. Tenho mesmo que ensinar a esse povo a depois de ler colocar no lugar? - Ju reclamava.
- Isso é normal, até eu sei. – Falei, revirando os olhos.
- E você?
- O que tem eu?
- Ocupou aquela cômoda toda com aquela rosa.
- E daí?
- Ge. A cômoda toda tem um espaço enorme em cima, e você só colocou ela e não me deixa colocar mais nada.
- Ela tem que se sentir confortável.
- A rosa não anda! E muito menos se mexe, só esse cuidado todo ela já está feliz. É só uma flor, Ge.
- Não é apenas uma flor. É a minha rosa vermelha.
- O que tem de especial? Foi aquele velho louco que te deu.
- Hey, não fale assim do tiozinho. Chata! Não vou me livrar tão cedo daquela flor. - Eu sorri.
- Não é somente pelo tiozinho, não é? - Ela deu um sorriso pervertido. - Só porque o Deus Grego do Museu fez questão de te devolver.
- Exatamente. Ele fez questão de me achar e devolver, aquilo é quase impossível, não posso jogar a flor no lixo. Não sou tão cruel.
- O que mais me impressiona é ela não ter morrido ainda. Eu sempre ganhava flores e sempre murchavam em dois dias.
- Isso porque você não tomava cuidado.
- Eu sempre colocava água, ta? - Ela falou enquanto descia para ver se tinha mais livro sobrando. Eu fui atrás dela.
- Nenhuma planta só sobrevive de água! Precisa de Terra e Sol. Isso você devia ter aprendido no ensino fundamental, Ju.
- Que seja! - Ela parou e eu vi para onde ela estava olhando, havia dois meninos que estavam procurando algo, um deles pegou o livro e parecia não ter gostado do assunto e o colocou na mesa, abandonando-o e indo para outra parte procurando outro livro. Eu vi Ju quase explodindo de raiva. Acho que a coisa ia pegar fogo por ali.
Ju caminhou até o livro abandonado na mesa e foi em direção a onde os dois meninos estavam.
- Sério? - Ouvi ela falar. - Você não tem a mínima educação de colocá-lo de volta no mesmo lugar? – Eles, ao ouvirem sua voz, olharam pra ela. - A gente se mata pra organizar esses livros e vocês nem ao menos colocam de volta no lugar para facilitar. - Ela pegou o livro e bateu de leve na cabeça de um.
- HEY! Eu acho que esse é o trabalho de vocês, não? - O garoto que havia levado uma livrada na cabeça falou. - Mais um emprego garantido. - Ju bateu de novo na cabeça dele. Eu observava a cena um pouco de longe e ria com a cena, foi quando o outro menino me olhou que deixei de ver a cena deles e prestei atenção, foi quando eu o reconheci. Cabelo Castanho e olhos Verdes, ele sorriu pra mim. Era o Neymar.
- Oi. - Ele se aproximou enquanto os dois ainda estavam discutindo.
- Oi. - Sorri. - Está me seguindo?
- Ah, claro. - Rimos. Olhei para Ju e o amigo do Neymar.
- Quem é seu amigo?
- É o Gustavo. Eles estão se dando muito bem, pelo visto. - Ele riu.
- Ju está irritada hoje, ele a pegou num dia ruim.
- Você trabalha aqui?
- Mais ou menos. Na verdade eu moro aqui por enquanto, e ajudo na biblioteca, só que tenho salário.
- Ah entendi. Você é daqui de Londres?
- Hey, qual é a de vocês, saem e deixam eu e o babaca aqui? - Ju nos interrompeu.
- Claro, vi que vocês já têm um destino formado. Então deixo o tempo resolver, no final vão estar casados. - Neymar riu, enquanto Ju corou e Gustavo ficou envergonhado. Gargalhei.
- Idiota! - Ju falou algo com ele e saiu.
- Bom, eu não sou daqui. Sou do Brasil, mas estou fazendo faculdade aqui. Então estou morando aqui. - Sorri. - E você? Não me parece um londrinho, muito menos um Britânico.
- É, acertou. Sou da Dinamarca, conhece?
- Bom, eu nunca fui lá. Mas já ouvi falar.
- Que tal vocês marcarem outro dia para bater um papo? Aproveita e marca um encontro, já que eu estou vendo que querem se conhecer melhor. - Corei com o que o Gustavo falou. Neymar ficou sem jeito, mas olhou pra mim como se esperasse minha resposta.
- O-O que? Por mim tudo bem. - Ri nervosa.
- Você pode me dar seu número? Não é todo dia que estou com tempo livre.
- Tudo bem. - Trocamos nossos números.
- Estou esperando lá fora. - Gustavo falou.
- Ele estava de mau humor? - eu perguntei.
- Acredite, é a primeira vez. Reação por causa da sua amiga.
- Tive uma ideia! É claro, se você quiser. - Ele sorriu.
- Diz...
- Por que não leva ele quando a gente for sair? Eu posso levar a Ju. - Eu sorri, o vendo gargalhar.
- Essa foi ótima. Pode deixar que eu o levo. - A gente se encarou um tempo.
- Er, acho que eu já vou.
- Certo.
- Até mais. - Ele se aproximou, me dando um beijo na bochecha e saindo em seguida. Fiquei envergonhada que não me pus a olhar ele saindo, para não correr o risco de ficar pior.
Fui diretamente ao meu quarto, ainda com um sorriso na boca. Por que eu estava sorrindo mesmo? Ele é só um belo garoto que entregou a flor que você deixou cair, Geanne. Como você pode já está encantada por ele? É assim que quebramos a cara, como sempre, criando falsas esperanças. Mas ele não sai da minha cabeça, e quando sai é só eu por os olhos naquela flor que a imagem dele volta a minha cabeça. Maldito absurdamente lindo.
Trocando de assunto, onde será que a Ju foi? Fui à procura dela, ela estava extremamente furiosa por causa das piadinhas que eu soltei. Minutos depois a encontrei sentada na cozinha comendo.
- Ju?
- Oi?
- Está tudo bem?
- Sim, por que não estaria?
- Ah, pela piadinha que eu soltei. Desculpa.
- Tudo bem, relaxa. Por mais que aquele garoto me irritou não nego que ele é gostoso.
- Sua mudança de humor me assusta. Falando no Gustavo, você e eu vamos sair com ele e o Neymar ok?
- O QUE? - ela arregalou os olhos. - VOCÊ MARCOU UM ENCONTRO PRA MIM SEM MINHA PERMISSÃO?
- Ué, eu sei que você quer. Já que ele é 'gostoso'.
- Falar pra você que ele é gostoso é diferente de realmente ter um encontro com ele! Por Deus Ge, eu acabei de brigar com ele e vamos marcar um encontro logo depois?
- Não vejo problema.
- Você que está louca para dar uns pegas no Deus grego lá.
- É Neymar, e eu não quero dar uns pega nele ok? Mesmo que ele seja lindo.
- Estamos quites.
- Não. Porque eu vi como você olhou para o Gustavo.
- O que tem demais no meu olhar?
- Paixão!
- Você fumou maconha, minha filha?
- Quer saber, você é teimosa mesmo, então esquece. Mas você vai comigo, sim!
- Te odeio.
- Também te amo.
Acordei no outro dia com os olhos queimando por causa da claridade. Me levantei, fiz minha higiene pessoal e fui comer algo. Vi Ju, estava sentada comendo algo.
- Acordou cedo?
- Sim. Ge, antes de sairmos com os meninos, quero ir para o Hyde park.
- Fazer o que lá?
- Não sei.
- Anh?
- Na verdade estou nervosa. Com o encontro. - Ela falou pausadamente. - Eu nunca saí com um menino lindo antes e eu o maltratei ontem. - Ela fez bico e eu ri.
- Relaxa, se ele não gostar de você ele nem vai.
- E eu vou ficar de vela? Não mesmo.
- Vela? Eu não vou ficar com o Neymar. - Ela me olhou desconfiada.
- Vamos para o hyde park?
- Tudo bemmm. Chata.
- Te amo. - Ela me abraçou. Fomos ajudar na biblioteca e tentar sair mais cedo para irmos ao Hyde Park, para a Ju estar satisfeita e em paz para seu encontro.
Mais tarde, Ju falou que tinha uma ideia de o que fazermos no Hyde Park, um cesta de piquenique. Falamos com a Sra Lerman e ela autorizou a fazermos comida na cozinha da biblioteca e levarmos para lá. Tínhamos feito vários salgadinhos, sanduíches e doces, levamos refrigerante também. Eu estava aproveitando os únicos dias de folga que eu estava tendo, depois de amanhã começava a faculdade e eu tinha que me preparar psicologicamente. Mas hoje eu não estava feliz só por isso, de manhã depois de acordar eu tinha enviado uma mensagem pro Harry (Sim, eu fui a primeira a entrar em contato.) e estava tudo certo para nos encontrarmos no próprio Hyde Park à noite. Como ainda era de tarde, peguei meu casaco vermelho que eu sempre usava e fomos fazer esse tal piquenique que a Ju insistia em fazer. Chegando lá, eu comi feito um boi, estava morrendo de fome.
- A Let devia estar aqui com a gente também.
- Ela disse que estava ocupada, mas que a gente estava devendo uma saída com ela. - Ju falou com a boca cheia ainda, ela estava atacando a comida. Apoiei meus braços na grama na forma que eu pude sustentar meu corpo sem deixá-lo cair e fechei os olhos, curtindo o clima. Não estava nem frio e nem quente, super normal.
- Esse dia está perfeito, espero que mais tarde esteja melhor ainda. - Ju riu com seu comentário.
- Você está louca para encontrar o Gustavo, não é?
- Estou mesmo. Quem mandou insistir. - Nós rimos. Depois do nosso ataque à comida, resolvemos encostar na árvore e aproveitar o momento. Só não contávamos que nesse momento íamos acabar cochilando.
Péssimo dia para tirar um cochilo. Ainda com os olhos fechado, senti uma brisa totalmente fria e com isso abri os olhos, me encolhendo e sentindo frio. Estava tudo nublado, e o pior já estava de noite. Me desencostei da árvore e me levantei às pressas. Olhei pro lado e a Ju continuava a dormir. Como ela podia dormir com um tempo desses?
O vento a cada minuto que passava parecia estar mais forte, e começou a chover. Coloquei meu capuz com a esperança de me livrar dos pingos de água, provavelmente a Ju sentiu os pingos e começou a acordar.
- Ju! Vamos sair daqui logo!
- Anh? Mas o que diabos está acontecendo? Nossa, que macabro. Cadê todo mundo?
- Talvez venha uma tempestade por aí, e onde a gente está? Aqui no meio do Park sem ninguém. - Peguei na mão dela e a puxei. Fomos caminhando e tentando achar a saída do Park.
- Já falei que não gosto disso? Parece um tipo de filme de terror. Quero logo sair daqui.
- A saída está logo ali, vamos! - Estávamos andando quando ouvimos um uivo, talvez de um cachorro. Nós duas nos assustamos.
- Ah Senhor Jesus Cristo! VAMOS EMBORA DAQUI Ge, EU NÃO ESTOU GOSTANDO DISSO! - Ju entrou em desespero. Tentamos apressar o passo, mas a chuva estava forte e eu tinha medo de levar um tombo. De repente a chuva parou, e nós duas fizemos o mesmo. Um silêncio dominou o ambiente. Ouvimos um barulho de algum arbusto por ali.
- Ge, eu não estou gostando disso. Vamos correr agora. - Ju sussurrava.
- Calma, não vai acontecer nada. - Ouvimos um barulho de novo e dessa vez seguido por um rosnado. Nos viramos devagar pra ver o que era, e não gostei nada do que vi. Olhos amarelos e dentes afiados.
Desculpa a demora ;)

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