Marry you2 -tribunal

Pov’s Neymar

Dois dias se passaram.

Você pode pensar em mim todo acabado mas não. Eu não estava assim.

Estava apresentável, aliás, se a Duda voltasse, não queria ser confundido com um mendigo.

Mas ela não voltou.

Ai meu Deus, parece até que eu estou falando de um cachorro.

Levantei da cama depois de duas horas de sono e fui para o banho.

Vesti uma roupa social. Sim, eu ainda tenho um trabalho, por mais que agora seja por menos tempo. Me olhei no espelho. Parecia um Zumbi.

Pele pálida, olheiras profundas, cabelo bagunçado e olhos vermelhos.

É, talvez eu tenha chorado, E AÍ?

Enfim, ajeitei minha gravata e desci as escadas, fazendo um café pra mim. Peguei o jornal e as correspondências que estavam no portão e voltei pra cozinha, com minha xícara de café com leite e os envelopes em mãos.

Olhava um por um, até ver um envelope da advocacia da cidade... mas o que? Peguei o envelope e abri.

Solicitação de divórcio de Eduarda Simpon para Neymar Junior

Engasguei com o café.

O QUE ELA FEZ?

Li tudo e não pude acreditar.

A duda não pediria divórcio sem me ouvir antes, certo?

Errado.

Ela já tinha feito isso.

Corri ao meu notebook e liguei. Fui ao facebook dela.

Antigamente, ela correspondia ao nome de Duda Silva, onde seu perfil era nossa foto no dia em que tiramos as fotos na nossa primeira casa pro senhor e a senhora Smith.

E agora, bem, agora ela saiu de um casamento e atualizou o estado civil para ‘’solteiro’’ e ainda, essa era sua Foto de perfil

O QUE?

Aposto que devo ter dado um berro.

Coloquei a mão na boca andando de um lado para o outro tentando me acalmar, mas digamos que foi em vão.  Liguei para o celular da Duda, mas assim como nos últimos dias, ela não me atendeu. Disquei o número do meu trabalho dizendo que se eu fosse hoje, iria chegar atrasado. Peguei o carro e dirigi para a casa dos meus sogros.

Bati na porta inúmeras vezes, e só o que eu ouvi foi um ‘’já vaaaaaaaai’’, que provavelmente era de Carin. Assim que ela me viu na porta revirou os olhos, que foram tomados pelo ódio evidente.

-O que você quer? –ela perguntou

-Hey, o que aconteceu?

-Como você tem coragem de perguntar o que aconteceu? Não sei o que houve com a duda pra não ter cortado o seu... –A  parei imediatamente

-Carin... ela... ela não me deixou explicar!

-Como se tivesse explicação o que você fez! –ela estava com muita, muita raiva mesmo

-Tem, carin. Eu fiquei bêbado e minha secretária se aproveitou da inconsciência.  Onde a Duda está?

-É claro que eu não vou te falar. Vai embora –ela ia fechar a porta, mas eu a segurei

-Carin, por favor. Me diz onde a Duda está, por favor!  -Implorei já com os olhos marejados. Carin se surpreendeu. Mas não queria essa reação dela. Ela hesitou bastante, mas por fim, disse que duda estava no chalé aqui perto e fechou a porta. Fui em disparada pra lá e parei na recepção com uma senhora.

-Por favor, a Duda está? –perguntei desesperado a senhora

-Ela saiu quase agora para o trabalho.

-Trabalho? Que trabalho?

-não sei ao certo... ela está aqui a pouco tempo. O que o senhor é dela?

-Marido –sorri sem mostrar os dentes e voltei pro carro. Me afundando no banco.

Como tudo levou esse rumo?

Sem que eu conseguisse segurar,  algumas lágrimas escaparam por meus olhos, fazendo o contorno do meu rosto e pingando na minha perna. Peguei o papel do divórcio e li. De novo.

Sim, era uma espécie de masoquismo.

Primeira reunião, amanhã ás nove.

Vai ser uma chance de revê –la . Liguei para um dos melhores advogados e conversei sobre tudo o que aconteceu. Depois eu fui ao trabalho e fiquei meio expediente.

Nove e meia da noite e eu estava sentado na beirada da cama, completamente nervoso.

Será que ela vai me ouvir?

Ela está bem?

Porque eu não estou.

A verdade, é que eu preciso dela.

Duda narrando

Womanizer, your, Womanize ô your, womanizer baby!

Gritei com a escova na mão ao ver o clipe da irmã do meu advogado cantando na mtv.

*Ba dum tss*

AH, EU AGUENTEI TODOS ESSES ANOS DE COLEGIAL SENDO CHAMADA DE ESPOSA DO CODY SIMPSON, IRMÃ DO CODY SIMPSON, NOVA INTEGRANTE DOS SIMPSONS, E QUANDO EU FINALMENTE ACHO ALGUEM COM O SOBRENOME ZOÁVEL EU VOU DESPERIDIÇAR ESSA CHANCE? NÃO MESMO!

Parei meu show quando ouvi a campainha. Corri para atender, dei de cara com Henrique.

-Oi! –sorri

-Hey! Pelo visto não está pronta para o tribunal –ele riu ao me olhar só de roupão. Revirei os olhos rindo.

-Não sei o que vestir –disse

-Algo social –ele  disse

-vem achar algo no meu guarda roupa enquanto eu arrumo meu cabelo –puxei ele até meu guarda roupa e fui até a penteadeira

-eu não sou pago pra isso! –ele resmungou

-Não reclama. –ri. Passaram se alguns minutos e enfim ele tinha achado algo. Uma saia, camiseta, blazer, e salto.

-uh! Não gostei mas vou usar –vesti de qualquer jeito, Henrique deu a louca por que queria a camiseta pra dentro da saia, e foi uma luta até eu vestir tudo corretamente, é

Prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto e então fomos no carrão dele. Por incrível que pareça, ele é um cara legal. Super engomadinho, mas muito legal.

Enfim chegamos ao negócio onde encontraríamos meu ex marido e seu advogado.

-Está nervosa? –Henrique riu

-Não, porque estaria? –perguntei

-Bom, seu esmalte já era, e logo,logo, seus lábios também –parei de morder os lábios e olhei minhas mãos. Adeus esmalte preto. Henrique riu, acabei o acompanhando, mas parei assim que vi os dois homens cruzarem a porta. Olhei Neymar.

Cabisbaixo, Gravata mal arrumada, Olhos fundos e vermelhos, sem falar nas olheiras.

Nos sentamos.

-Bom dia. O senhores leram o acordo? –Henrique perguntou a Justin

-Lemos sim. –neymar respondeu

-E então... precisamos de sua assinatura.

-Mas eu não vou assinar –Neymar sorriu.

-Como é que é? –disse já alterada. O olhando.

-eu não vou assinar, Duda. Não mesmo.

-Garoto, qual é o teu problema? Ele tem que assinar! –disse o segundo comentário pro Henrique.

-Na clausula diz que a senhora tem o direito de pedir a assinatura do divórcio, mas cabe ao companheiro quando assinar. –o advogado de Neymar disse.

-Ele não pode fazer isso! Pode? –perguntei

-Na verdade... ele pode –Henrique fez uma careta. Fuzilei Neymar com o olhar.

-Vamos enviar outro documento para o processo, senhores. –Henrique disse se levantando, me levantei junto, mas antes que eu saísse,ele me segurou.

-você sabe muito bem que não vou assinar – disse mirando meus olhos.

O que ele queria?

Me atingir?

Pois bem, ele conseguiu com o simples fato de olhar fundo em meus olhos.

-Hm... te espero no carro –Henrique disse saindo da porta onde me esperava, O advogado do Neymar fez o mesmo. Deixando apenas eu e Neyma na sala.

-Eu te a... –ele começou dizendo depois de uns segundos em silêncio

-Cala a boca –disse fria.

-Duda, nós... podemos conversar? –ele suplicou. Ficaria até com pena. Mas preferi rir daquilo.

-Não entendeu que não temos nada pra conversar, além do divórcio?

-Temos! Nós temos sim! Sabe que temos! Sabe o que eu sinto por você. –ele disse tudo rápido vindo pra mais perto de mim, mas eu me afastei.

-Eu achava que sabia. Até te ver naquela situação deplorável. –ri fraco

-Eduarda, me perdoa! Me perdoa pelo o que eu fiz! Se quiser que eu fique de joelhos, eu fico! Não me importo de ter que me humilhar pra te ter de volta! Eu estava bêbado e a Melanie se aproveitou disso! Eu nunca teria feito isso se estivesse sóbrio! Eduarda nós... -ele já não segurava as lágrimas. Realmente, nunca tinha o visto daquele jeito. Mas e o que ele fez comigo? Não, é claro que não vou voltar atrás! Ele chegava a soluçar, enquanto eu, tinha os olhos marejados, mas não permiti que nem uma gota se quer caísse.

-CALA A BOCA! –gritei –cala a droga dessa boca. Desde os meus seis anos eu odeio que me chamem de Eduarda e você sabe disso! E ‘’nós’’? o que é esse ‘’nós’’? ISSO NÃO EXISTE! Não interessa, Silva. Eu não tinha um relacionamento com a Melanie, eu tinha um com você. Não foi ela que me decepcionou, me abandonou durante sete meses todos os dias, não foi ela que me fez chorar até dormir, também não foi ela quem me chamou de biscate de esquina. Não foi com ela que eu casei. Não quero você se humilhando. Aliás, eu não quero você.  –ao dizer aquilo, sua boca se abriu, como se não acreditasse no que eu dizia. Lágrimas e mais lágrimas rolavam do seu rosto.

-Duda, por favor! Eu... eu saio do emprego... eu.. eu faço o que você quiser. Mas por favor, não me deixa! –revirei os olhos

-faz um favor pra si mesmo, me esquece! Cadê o garoto sem sentimentos e comedor do colegial? –perguntei fria

-ele encontrou o primeiro, ultimo e único amor da vida dele. Que a propósito, ficou linda com o novo visual. –ele colocou sua mão em minha bochecha, me obrigando a olhar pra ele. Por um instante amoleci. Não soube que resposta dar.

-só... assina logo. –disse tirando suas mãos de mim e me virando para ir embora

-você sabe que eu não vou fazer isso –ele disse

-Por que? Por que não? O que você vai ganhar atrasando o divórcio? –perguntei

-Eu não vou te perder! –ele disse

-Silva! Se toca, você já perdeu –abri a porta, mas antes de eu sair ouvi ele dizer ‘’eu vou te conquistar a única coisa importante na minha vida de volta’’. Fechei a porta e sai de lá pisando firme. Sei que se eu ficasse ali mais alguns segundos não aguentaria e lhe daria um beijo. Respirei fundo quando eu entrei no carro do Henrique.

-está tudo bem, senhorita Simpson? –sorri olhando para o chão.

-Eu vou... vou te deixar na sua casa. –assenti. O caminho foi silencioso. Eu apenas olhava a movimentação do outro lado da janela.

Ia sair do carro quando Henrique me chamou.

-empresta seu celular? –ele perguntou risonho

-anh... sim, claro –lhe entreguei. Ele digitou algo rápido e me devolveu o celular

-esse é o número de um amigo. Quando precisar, é só telefonar –peguei o número e liguei, no mesmo segundo o celular dele começou a tocar. Ri. Ele atendeu o telefone

-fique bem. –ele sorriu e piscou,  se afastando e desligando o celular.

Entrei em casa e olhei o relógio, onze horas.

Hora de me arrumar pro trabalho

Vesti uma legging preta, uma camiseta de ombros caídos , um casaco preto e um tênis esporte,  fui até o banheiro e lavei o rosto e respirei fundo.

Soltei o cabelo o chacoalhando e bagunçando.

Odeio meu cabelo arrumado.

Saí com dois reais em mãos, passei na nova loja de milk shake dos meus pais e comprei um de morango. Esse treco é bom e viciante!

Fui caminhando para o ginásio assim que entrei lá, olhei no relógio. Meio dia e meio, mas mesmo assim, lá estava cheio de crianças e Will já falava com elas.

-Hey. Estou atrasada?  -tirei o casaco o colocando em um banco ali perto e perguntei a Will que negou olhando pra mim meio abestalhado

-Não... –ele continuou me medindo de cima abaixo

-Will, por que está me olhando assim? –perguntei rindo. Ele sacudiu a cabeça ficando envergonhado. Passou a mão na nuca e sorriu de lado. Amava quando Neymar fazia isso, me tirava o fôlego.

-é que... hm... você está muito bonita –ele corou. Ri fraco.

-Obrigada. Podemos começar?

-anh... claro! Se apresente pra eles –ele sorriu me puxando de frente com as crianças. Por um instante me deu um frio na barriga ao olhar um grupo de crianças com aproximadamente seis anos. Todos meninos.

-Anh... oi –disse e acenei.

-quem é você? Namorada do Tio Will? –um deles levantou a mão e perguntou. Will riu atrás de mim.

-Não. Eu vou ser a nova professora de vocês –sorri.

-E O TIO WILL VAI SAIR? –um menino gritou com cara de assustado

-NÃO! Relaxa, ele vai ficar. Na verdade, eu vou ajudar ele com vocês. Só que, vou logo avisando que eu não sou tão boazinha como o Will. Não vou dar moleza pra vocês só porque são fofos. –eles arregalaram os olhos

-Você sabe jogar bola? –um deles perguntou

-Eu gosto de jogar bola. Vocês não precisam saber jogar, é só gostar de jogar. QUEM AQUI GOSTA DE FUTEBOL? –perguntei levantando a mão, e logo, todos fizeram isso gritando ‘’eu’’.

-ENTÃO, todo mundo pega uma bola de futebol e fica naquela linha ali atrás! –bati palmas. As crianças saíram correndo e fizeram o que eu tinha falado.

Neymar narrando

Cheguei em casa batendo as portas.

Assim que cheguei me afundei no sofá e chorei.

Droga!

E o pior de tudo é que quem estragou tudo foi eu.

Pedi afastamento por um tempo. E como meu pai passou de governador para prefeito mesmo sem estar na cidade, eu consegui isso fácil.

O dia já havia se passado, olhei no relógio e eram seis horas. E desde o momento que eu acordei, ainda pensava nela.

Pode parecer idiota, mas eu não vou a perder.

Silva, você já a perdeu. Como ela disse.

Dane-se.

Lembro que quando estávamos no colegial, éramos teimosos um com o outro.

Hora de colocar o Justin de dezesseis anos a tona.

Quer dizer, menos pela parte de pegar todas meninas existentes mas... ARGH! Todo mundo entendeu.

Eu não vou desistir de conquistar ela.

Não mesmo!

Mas espera... como vou fazer isso?

Peguei o note e digitei ‘’formas de conquistar mulheres’’

Acabei encontrando um artigo sobre isso (http://sejahomem.com/Seducao/10-maneiras-de-conquistar-qualquer-mulher.html )

Ah Meu Deus! Eu estou mesmo procurando uma forma de conquistar minha esposa na internet? Eu á conheço a vinte anos, sei até os pensamentos dela.

Andava de um lado para o outro.

O QUE EU FAÇO MEU DEUS?

Tentativa número um : ser romântico.

DUDA NARRANDO

-Velho, você conseguiu conquistar todas turmas que passaram por aqui hoje! –Will disse espantado me levando pra casa. Ri daquilo

-e olha que eu não  fui um amor de pessoa

-Mas foi sincera, crianças percebem quando se está mentindo.

-não sei... não tenho muito jeito com crianças. –fiz bico

-NÃO? Tem certeza? Aposto que seria a melhor mãe do mundo –ri

-não sei, acho que ainda não. Você queria ser pai? –perguntei do nada

-Aham. Acho que com a mulher certa, seria a melhor coisa construir uma família –ele sorriu abertamente. Apenas mirei o chão.

-o problema está em encontrar a pessoa certa –disse

-Na verdade, eu acho que as vezes a pessoa certa entra sem querer em nossas vidas. Mas aí a gente é trouxa e sempre gosta da pessoa errada –eu ri e concordei

-Bem assim! Eu deveria ter me apaixonado pelo meu melhor amigo –revirei os olhos

-como é? –ele riu fraco

-No colegial... meu melhor amigo gostava muito de mim, só que eu era trouxa e acabei me apaixonando pelo...

-Silva. –ele completou. Assenti -É sempre assim, as mulheres curtem caras idiotas.

-Realmente. Argh! Eu quero me bater! –disse jogando o cabelo pra trás com as mãos

-Não faz isso –ele riu –foi hoje lá pra resolver o bang do divórcio? –ele perguntou

-Fui –revirei os olhos

-Pelo visto não foi nada bom

-Não, não foi. Ele disse que não vai assinar e que me amava e que me conquistaria de novo. Aí ele chorou... foi horrível.

-Você é forte. Qualquer mulher já teria voltado.

-Admito que essa ideia passou pela minha cabeça, nunca vi ele naquele estado. Assim como nada tinha me deixado no estado que eu estava. Então, acho que você colhe o que planta, por aí. –comprimi os lábios.

-você acha que ele vai desistir da ideia da conquista logo?

-sinceramente, não sei. Um dos nossos defeitos desde que me conheço por gente, era a teimosia. Mas não acho que ele faria algo absurdo.

-não foi ele que deu uma festa pra te pedir em casamento? Cantou até.

-foi sim –ri –foi clichê, mas foi muito louco. Pirei .

-Pirou? Mais pirada do que você já é, impossível.

Abri a boca incrédula e lhe dei um tapa.

Em pouco tempo chegamos em casa.

Olhei meu celular

150 chamadas perdidas : Silva.

Revirei os olhos

Ele não se cansa?

Fui fazer comida e logo adormeci.

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