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domingo, 10 de março de 2013

Chapter 6 (cont.)


Chapter 6 (cont.)

Passei pelo salão e vi as pessoas horrorizadas, mas ainda não sabendo o que tinha acontecido. Subi as escadarias e logo fui ao corredor da biblioteca parando de uma vez, quando eu vi com meus próprios olhos o corpo do meu pai no chão, todo ensaguentado.
Corri até Gem e minha mãe, que estava logo ao lado do corpo, e dei um empurrão meio sem querer. Mas antes que eu pudesse tocar, alguém me pegou pela cintura, me tirando dali. Estava sem razão naquele momento, era meu pai. Por mais que esses dias não tínhamos nos dado bem, eu sempre sabia que ele era um pai ótimo. Eu o amava.
- Neymar! Calma, está tudo bem. - Minha mãe gritou, me abraçando com dificuldade pelo nervosismo. Ela estava tentando se controlar para nos passar conforto.
- Ele não pode estar morto! – Falei, sentindo minhas lágrimas e olhando pra Rafaella, que estava chorando desesperadamente, mas escondia seu rosto em Scarlate.
- Nenhum dos convidados podem ver essa área. E nem a família real nesse momento, não deixe ninguém passar. - O capitão falava. - Tire-os daqui, majestade. - Ele agora falou com minha mãe, que logo concordou e pediu para eu e Gemma irmos para a sala de reuniões onde a gente sempre se encontrava para discussão de família.
Entrei calado na sala e sentei no sofá, até a chegada de noticias.
- Meninos, temos que ser fortes agora. Fiquem aqui, não saiam. Tem seguranças do lado de fora, qualquer coisa gritem. - Minha mãe falou preocupada e logo saiu dali. Eu olhei pra Rafa, que estava com seus olhos vermelhos de tanto chorar e a abracei, tentando fazer ela se acalmar um pouco.
- Quem fez isso, Neymar? - Ela falava com dificuldade.
- Eu não sei. - Falei e logo me afastei dela. Lembrei do que o papai me disse da última vez que eu o vi vivo.
- Rafa, antes do baile começar o papai mandou eu falar com você para me mostrar o anel de noivado que ele deu a mamãe. - Ela me olhou e depois para uma porta adiante.
- Venha, então. - Ela se levantou e andou até a porta. Nós entramos e eu reconheci o lugar, era o mesmo onde meu pai me levou mais cedo.
Logo ela foi para uma parte e voltou com algo em suas mãos.
- Acho que era isso... - Ela falou, me entregando o anel. O peguei, analisando, enxuguei minhas lágrimas com a manga do smoking.
- Ele é seu. Já escolheu pra quem dar, então ele pertence a você. - Fiquei em silêncio.
- Neymar.. - Ela falou chorosa e eu fitei algumas coisas em cima de uma mesa, um relógio, um báculo, a coroa do meu pai, logo adiante. Ela brilhava intensamente pra mim, sorri, mas logo estranhei como se eu tivesse um deja vu - Eu não posso ser a Rainha agora. - Ela murmurou baixo. - Eu vou abdicar a coroa, sabe o que isso significa né? - Comecei a ficar zonzo demais e me lembrei do meu sonho. - Ela vai ser diretamente passada para o segundo na linha de sucessão. No caso você.
- Meu sonho. - Murmurei baixo, lembrando do sonho que eu tive.
FlashBack
Era uma visão turva, mas dava pra perceber que era minha casa, o palácio. Depois mudou a cena, era um lugar estranho, onde tinha vários objetos valiosos. Relógio, um báculo. Uma coroa. A coroa brilhava intensamente ao me notar ali, ela era magnífica e enorme. Era de ouro, parecida com a coroa do meu pai. Devia pesar toneladas, me vi assustado olhando pra ela e depois comecei a sorrir. Minutos depois mudou de cena mais uma vez. Agora mostrava uma garota linda entrando em um Hall com um vestido azul, mas possuía uma mascara. Ela me encarava séria, mas com uma expressão confusa.
Luis falava algo ao meu lado, mas eu não entendia. Logo depois ela foi pra fora, eu tentei ir atrás dela, mas não conseguia. Em sonhos ninguém consegue correr, havia um sentimento estranho ali. Não identificava qual. Outra cena novamente estava mudando, agora aparecia outra mulher, na verdade era minha irmã.
- Eu não posso ser a Rainha, eu abdico a Coroa. Sabe o que isso significa né? Ela vai... - De repente a cena foi ficando escura, e eu só lia os lábios da Rafa.

/Flashback
Depois pus minha cabeça no lugar e percebi o que a Rafa estava querendo falar.
- O que? C-Como assim? Rafa, eu não posso ser o Rei! Você é mais responsável que eu.
- Eu não sei. E-Eu não estou preparada, eu estou desesperada com esse assassinato. Mas estou convicta que não vou ser a Rainha. - Ela falava nervosa e quase chorosa.
- Eu vou levar esse Reino à falência.
- Neymar, você pode ser um garoto, mas por isso mesmo futuramente você vai ser um ótimo rei. Eu e o papai, nós tínhamos conversado sobre isso. Porque quando você quer algo, você vai atrás e consegue. Por mais que você sempre aprontava nas festas, o povo sorria, achando graça de suas invenções. Sabe o que um sorriso significa? Alegria. E você sempre foi bom no quesito líder.
- Eu não confio em mim. - Alguém interrompeu nossa conversa.
- Aí estão vocês. - Virei e vi que era minha mãe. - Voltem para a biblioteca, precisamos conversar.- E lá fomos nós, voltando a biblioteca. Observei e estava o capitão, tenente, Scarlate, Paul e mais alguns guardas do palácio.
- Eu sinto muito pela morte do pai dos senhores. - O capitão falou. Morte, ao ouvir aquela palavra meu coração doeu. - Tentamos verificar o corpo, mas nada foi encontrado. Só apenas temos certeza que foi um golpe de faca, uma faca antiga. Exploramos o palácio inteiro e nada. Nem ao menos digitais encontramos.
- Isso quer dizer que não sabem quem o matou? - Minha mãe perguntou.O capitão e o tenente concordaram.
- Mas vamos investigar o caso com mais cautela. Quando tivermos informações, nós viremos diretamente falar com a senhora. - Me retirei dali calado. Pude ouvir a Rafa falar com a minha mãe.
- Deixa ele. Ele sabe o que está fazendo.
Ia descendo as escadas, mas logo percebi que todos ainda estavam ali, querendo saber o que aconteceu. Parei no corrimão e todos olharam pra mim. Dispensei os guardas e disse que tudo estava no controle.
- A festa acabou. - Anunciei. Comecei a ouvir murmúrios, olhei para meus amigos e eles sabiam que algo de grave aconteceu só pelo meu jeito. Queria falar de um jeito mais curto e direto sobre o que aconteceu, mas eu não conseguia. - Alguém que estava nessa festa hoje acabou de assassinar o Rei desse país. - Vi a cara de espanto de todos. Tentei não chorar. - E sabe o que isso significa? Que qualquer pessoa que estava nesse baile é levantado como suspeito. E em breve saberemos quem foi o culpado, e que ele se prepare... ele ainda não viu o que acontece quando se meche com a família real, principalmente, comigo. - Encarei aquele grande salão e me retirei dali, indo para o jardim.
Quando ia descer a escadaria, percebi algo caído ali, um sapato. Lembrei das coisas antes do baile terminar. Eu fiquei em choque com a noticia do falecimento do meu pai, que eu esqueci completamente da garota que dançou comigo hoje à noite. Então foi isso que ela deixou cair? Um típico sapato? Estou no conto da Cinderela e não sabia? Ri sem humor. Peguei o sapato e o levei comigo até o jardim.
Eu só posso está em um pesadelo.
Geanne
- Eu não acredito! Não acredito mesmo! - Julia falava histericamente comigo. - Você correu e nem sequer falou com ele e disse quem era.
- Ah Ju, não enche. - Reclamei. - Eu me assustei com tudo aquilo, foi impulsivo.
- Foi impulsivo? Não sei como você conseguiu sair dali.
- Falando nisso, o que aconteceu? – Perguntei, ainda não sabendo de nada. Depois daquela confusão toda eu saí de lá e fiquei lá fora esperando a Ju.
- Depois que você saiu a irmã do Neymar e o próprio foram para o andar de cima para ver o que ocorreu. - Ouvi Juliet falar. - Demorou um pouco e Harry voltou com uma feição confusa e o menos amigável possível e declarou que tinha acontecido um assassinato. Alguém matou o rei, o pai do Neymar. - Parei imediatamente. O que? Como assim mataram o pai dele? O rei? Me deu uma súbita vontade de voltar pra lá e ficar do lado dele. Ele deve estar péssimo.
- Neymar..
- Não se preocupe Ge, o Neymar aguenta o trampo. Até ameaçar alguém daquele salão ele ameaçou que eu até fiquei com medo. - Dani falou e eu logo senti meu pé cansado. Tirei o único pé que tinha o sapato e continuei andando descalça mesmo.
- Meu sapato. Perdi o meu sapato! - Grunhi. - Que espécie de idiota perde o sapato em uma escadaria?
- Ahmm, você e a cinderela? - Dani falou e eu a olhei.
- Falando em Cinderela... Você não acha estranho, Ge? Essas coisas que estão acontecendo com você.
- É claro que é estranho. Eu conheci um príncipe e estou na Dinamarca. Oi, eu fui para um baile da realeza.
- Não estou falando disso! Estou falando da súbita história de contos de fadas que está acontecendo com você. - Ju falava e nós a olhamos sem a entender.
- Você foi atacada por um lobo no Hyde Park e agora deixou um sapato na escadaria. - Fiquei parada, não entendendo o nexo.
- Lobo, chapeuzinho. Sapatinho, Cinderela. As histórias estão acontecendo com você. – Parei, analisando.
- Ela tem razão, Ge. Você ganhou até um príncipe. - Dani falou.
- Mas eu não estava com uma capa vermelha. E eu estava com você Ju, nós fomos atacadas.
- Você estava com nossa cesta de piquenique e com o casaco de capuz vermelho. Não estou falando que a história aconteceu igual, mas pequenas coisas estão iguais. Isso é Bizarro!- Ela parou, me olhando.
- Ok. Agora sim é estranho. Quer saber? Deixa pra lá, já aconteceu muita coisa por hoje e eu vou ficar maluca assim. Eu só queria ver o Neymar agora.
- Ohhhh, agora você quer vê-lo? Então por que fugiu? Se não tivesse fugido você estava com ele até agora. - Ju reclamou mais uma vez.
- Ai Ju, fica quieta. E eu acho que ele viu meu rosto.
- Não sei por que a Rafaella te deu aquelas lentes de contato. O Neymar nem te reconheceu e o propósito era vocês dois se encontrarem... - Juliet falava enquanto íamos direto ao hotel.
Neymar
Três dias se passaram desde o ocorrido da morte do meu pai. Estavam ainda investigando a morte dele, mas ainda não chegaram a conclusão nenhuma. Passou pela minha cabeça o meu tio, mas o que ele ganharia com isso? Nada, somente a tristeza da gente. Ele queria a coroa, e mesmo meu pai morrendo ele não ia conseguir. Isso só piora as coisas, não tendo suspeitos, pelo menos pra mim.
O Palácio inteiro ainda estava de Luto, Rafaella ainda estava com a ideia absurda de abdicar a coroa, e eu tive que aceitar a decisão dela. Hoje pela manhã ela fez um discurso explicando tudo. As pessoas ficaram com o pé atrás sabendo que eu seria o sucessor se ela não quisesse. Mas para eu ser o Rei, tinha que esperar o tempo e os meus possíveis 18 anos.
- Neymar. - Estava na biblioteca pensando, quando ouço a voz da minha irmã.
- O que é? - Falei preguiçoso.
- Com essa bagunça toda eu esqueci de lhe avisar. A Geanne está na Dinamarca. - Ela falou e eu levantei em um pulo do sofá. Como ela me diz aquilo tão naturalmente?
- O que? Como? - perguntei confuso.
- Com uma ajudinha minha, mas não ocorreu nada como o planejado. - Ela mostrou um sapato que devia estar no meu quarto.
- Como pegou isso?
- Estava no seu quarto mesmo, eu vi enquanto pegava meu notebook no qual você deixou lá e reconheci o sapato. Fui eu que dei a Ge.
- Foi você que deu a Ge? Espere, ela estava no baile?
- Ela dançou com você, sua besta.
- Mas aquela era diferente da Ge. Eu até achei ela parecida, mas não quis apostar que ela era, impossível.
- As aparências enganam. Ela pintou o cabelo de vermelho e eu mandei ela colocar lentes castanhas.
- Perae! E como você conhece ela? Estou confuso. E por que mandou colocar lentes castanhas?
- Para dar um pouco de mistério, eu estava me divertindo com sua cara . - Ela riu fraco. - E bom, eu conheço ela porque eu vi vocês dois em Londres um certo dia.
- Você estava em Londres? - Falei de boca aberta. – Sinceramente, você apronta mais do que eu, você não devia sair daqui!
- O problema é que eu sei ser discreta. - Ela falou convencida e depois um silêncio invadiu aquela área.
- Não serei um Rei mais perfeito que você, nunca. - Falei finalmente sério.
- Sei de alguém que colocou juízo na sua cabeça, porque até agora você não aprontou nada.
- O papai morreu. Você queria que eu aprontasse?
- O papai morreu, mas a vida continua, Neymar! - Ela aumentou a voz.
- Depois reclama de não ser perfeita pra rainha. - Resmunguei. - Diz isso pra mamãe. - Falei.
- Eu sei, a mamãe ta passando por uma barra, mas ela sabe o que tem que fazer. Por mais que ela sofra, ela vai ter que se acostumar de viver sem o papai. - Ela parou um pouco e depois continuou. - Harry, a primeira coisa que tem que fazer é levantar seu traseiro daí e ir atrás da Ge.
- Nem sei onde ela está. – Falei, vendo ela revirar os olhos.
- Foi eu que trouxe ela pra cá, portanto, eu sei onde ela está. - Ela pegou um papel, anotou algo e me entregou.
- Ela está aqui mesmo? – Falei, lendo o papel.
- Boa sorte! - Rafa me ignorou e saiu dali.
Ela tem razão, as coisas não vão começar a andar sozinhas. Papai pode ter morrido, mas as coisas continuam e principalmente quando um país precisa de um grande líder. Corri para fora e mandei Paul me levar a este endereço.

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